Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Vacinação: Contagem registra queda no número de mortes por COVID-19


Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, apresenta uma redução no número de mortes por COVID-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, essa redução é resultado da vacinação em massa da população.




 
Até o momento, no terceiro pico da doença, foram 42 mortes, quase 94% a menos se comparado com a segunda onda, nos meses de março e abril do ano passado, quando 662 pessoas morreram por COVID-19. Já o número de casos sofreu um aumento de 34%, passando de 10.804 na segunda onda para 14.447 nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
 
O infectologista Leandro Curi acredita que esse aumento de casos relatados está diretamente relacionado com o relaxamento das pessoas e cita o exemplo do aumento de casos em janeiro após as festas de fim de ano. “A população parece que está se cansando e desistindo de entender que nós estamos ainda em uma pandemia, que a gente tem um vírus circulante que infecta muito fácil”, disse o infectologista.
 
 
 
Curi também fala sobre os riscos de um novo aumento de casos, de hospitalizações e de procura em pronto atendimento, em duas ou três semanas depois do carnaval. “A população não está entendendo que ela é o agente principal, ela é o ator da pandemia para o bem ou para o mal. Então, não é porque vai ter evento que a pessoa tem que ir, e não é porque vai ter evento que a pessoa não pode usar máscara”, alerta o infectologista.




 
O secretário municipal de Saúde, Fabrício Simões, lembra que Contagem registrou no início deste ano o recorde de casos da doença, e a maioria das pessoas com o esquema vacinal completo apresentou sintomas leves.
 
“A ômicron chegou causando sobrecarga no nosso sistema de saúde, devido à grande quantidade de casos sintomáticos respiratórios. Tivemos óbitos, infelizmente, mas não tanto como no período anterior à vacina. Por isso estamos promovendo a vacinação de maneira contínua, principalmente de crianças, para enfrentarmos a pandemia. A vacina salva”, afirmou o secretário.
 
Leandro Curi lembra que a variante Ômicron, apesar de não parecer tão grave, é altamente virulenta. “Ela é altamente infectante, ela transmite mais facilmente, e tem um poder maior de furar o bloqueio vacinal. Então, ela tem um escape, e esse escape imune pode gerar infecção. Com o corpo sendo avisado disso, ele não vai dar grandes problemas. Ele já estará avisado de que pode ter uma infecção, e a pessoa tem menor chance de se contaminar”, explica Curi.




 
Outro dado levantado pela prefeitura é que até 22 de fevereiro, 50% dos pacientes internados com síndrome respiratória aguda, nos leitos do Centro Especializado em Assistência COVID-19 e no Hospital Municipal de Contagem não completaram o esquema vacinal; outros 30% não haviam recebido nenhuma dose da vacina e apenas 2% tomaram a dose de reforço.
 
O infectologista ressalta que a vacina é a nossa “arma contra o óbito”, ao lado das máscaras e demais medidas de prevenção. “A vacina está se mostrando eficaz, efetiva, segura, o que é o mais importante; e vai ser a maneira que eu encaro que nós vamos ganhar a guerra contra o covid, é a vacinação” diz Curi.
 
Contagem já aplicou, até o dia 23 deste mês, mais de 1,2 milhão de doses da vacina contra a COVID-19. Até o momento, 86,5% da população acima de 12 anos está totalmente vacinada, e 52% das crianças entre 5 e 11 anos.




 
A Secretaria Municipal de Saúde reforça a necessidade de completar o esquema vacinal, inclusive com a dose de reforço, e imunizar as crianças a partir de 5 anos, pois a vacina já se mostrou em todo o país a maneira mais eficaz de evitar formas graves e óbitos pela Covid-19. É essencial também a manutenção do uso de máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos.
 
“Eu acredito que Contagem, assim como a maioria das cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, está entendendo que o que funciona, e de fato a população está vendo isso, é a vacinação”, declara Curi.
 
Por outro lado, Leandro Curi lembra da possibilidade da realização de eventos em ambientes privados durante o carnaval, sem a cobrança de passaporte vacinal ou de testes sorológicos e de PCR, nas cidades da região metropolitana de Belo Horizonte. “Infelizmente, as pessoas não se protegem nesses momentos de descontração”, reforça o infectologista.