Manifestantes ligados a sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais se reuniram na manhã desta sexta-feira (25/2) diante do prédio da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que abriga o escritório da embaixada dos Estados Unidos, em Belo Horizonte, para protestar e pedir a libertação do fundador do Wikileaks, o jornalista australiano Julian Assange.
Assange é responsável por tornar públicos documentos que comprovaram violações cometidas pelo governo dos EUA contra populações e governos de vários países.
Assange é responsável por tornar públicos documentos que comprovaram violações cometidas pelo governo dos EUA contra populações e governos de vários países.
O protesto integra p Dia Internacional de Mobilizações para Liberdade de Assange, em várias partes do mundo, diantes das representações diplomáticas norte-americanas e do Reino Unido. No Brasil, além de BH, ocorrem manifestações em Brasília, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Entre os documentos vazados, por Assange, há registros de as ações de espionagem do governo norte-americano contra membros do governo e contra a Petrobras, durante as gestões dos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Assange enfrenta acusações de 18 crimes, entre eles conspirar para hackear bancos de dados militares dos EUA de modo a obter informações secretas confidenciais relacionadas às guerras do Afeganistão e do Iraque, que foram publicadas no site Wikileaks. O jornalista enfrentava pedido de extradição para a Suécia sob alegações de agressão sexual. Mas esse caso foi arquivado.
O australiano alega que a informação expôs abusos cometidos pelos militares dos EUA. Os promotores americanos afirmam que o vazamento de material sigiloso colocou vidas em risco, e por isso os EUA buscaram sua extradição do Reino Unido, onde ele está atualmente sob custódia na prisão de Belmarsh.
O ativista luta para não ser extraditado para os Estados Unidos, onde deverá cumprir pena de prisão perpétua. Em 24 de janeiro, a Justiça britânica autorizou Assange a recorrer à Suprema Corte contra a decisão sobre sua extradição, determinada em dezembro de 2021.
Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro, disse que Assange é injustamente perseguido pelo governo norte-americano por ter denunciado com coragem as violações de direitos dos povos. "Sua denúncia em vez de produzir uma mudança de atitude do governo dos Estados Unidos, promoveu uma perseguição ao jornalismo responsável e sério."
De acordo com a representante do movimento Levante Popular da Juventude, Ana Julia Guedes, o protesto é parte de articulação internacional da Assembleia Internacional dos Povos. "A ideia era entregar a carta pedindo a libertação e repudiando a extradição. Demonstrar para os governos britânicos e norte-americano que o trabalho do Assange ainda está em alta em todo o mundo."
Uma comissão foi formada para entregar o documento a representantes do corpo diplomático, mas não foi recebida.
Uma comissão foi formada para entregar o documento a representantes do corpo diplomático, mas não foi recebida.