Assim como grande parte do Brasil, Minas Gerais terá um carnaval marcado por eventos particulares, sem festas nas ruas devido à pandemia de COVID-19. Segundo o governo mineiro, a orientação é para que não haja "aglomerações não organizadas" no período, que vai até terça-feira. O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirma que o cenário da doença no estado é melhor do que em outros eventos marcados por encontros, como no Natal e réveillon, mas ainda inspira cuidados.
"A gente chega ao carnaval com mais de 40% da população aí com reforço (de vacina), principalmente idoso, com mais da metade das crianças vacinadas. Então, em questão de cobertura vacinal, estamos no melhor momento da pandemia. E temos uma queda de casos da Ômicron” disse o secretário. Ele avalia que “dificilmente teremos um repique importante agora”, mas lembra que o vírus continua circulando na população, com mais de 10 mil casos diários de COVID-19. A título de exemplo, entre quinta-feira e ontem, Minas registrou 11.610 casos de coronavírus e 123 mortes pela COVID-19, elevando o total de diagnósticos confirmados durante a pandemia a 3.181.947 e as óbitos a 59.539.
Segundo o secretário, os eventos devem seguir os protocolos devidos e a segurança pública está orientada a intervir em qualquer desordem. "O carnaval ainda será incentivado em relação ao selo de eventos seguros, da Secretaria de Cultura, que obriga que os eventos respeitem protocolos sanitários do estado. Vários desses eventos estão com esse selo seguro, é muito importante, e as forças de segurança, a Polícia Militar, sabem quais eventos têm e quais não têm. A polícia está orientada pelo governador já há algumas semanas a coibir as aglomerações não organizadas para evitar qualquer tipo de risco", completa.
A segurança pública, contudo, vive um impasse em relação ao governo. A categoria está em greve desde segunda-feira, como forma de reivindicar recomposição salarial, e mantém a posição. Mesmo paralisados, os policiais precisam manter contingente mínimo na ativa. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende como inconstitucional o direito dos militares à greve.
Baccheretti, no entanto, disse esperar que o movimento não impacte na segurança do carnaval. “Eu sei que o comandante Rodrigo (Sousa, comandante-geral da Polícia Militar) é muito sensível, todos somos, porque esse vírus não pega ninguém específico, pode pegar qualquer um, e eles, sim, estão aderidos dentro da orientação do governador", afirmou.