As ruas do Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, foram tomadas por centenas de foliões. O bloquinho, que não tem nome e não tem organização, acabou lotando a esquina da Rua Alvinópolis com a Rua Dores do Indaiá.
Em meio à folia, a maioria das pessoas não utilizava máscara de proteção contra a COVID. A Polícia Militar (PM) fazia o policiamento à distância. A aglomeração no bairro começou durante o dia, próximo à Praça Duque de Caxias.
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Pedro Dumont, de 28 anos, teceu inúmeros elogios para folia. De acordo com ele, o carnaval merecia ter sido apoiado pela Prefeitura de BH por fazer parte de uma expressão popular.
“Eu acho que o carnaval é uma festa independentemente da classe social das pessoas. O que acontece hoje, com a pandemia, é segregar esse movimento. Graças a Deus, a maioria das pessoas está vacinada. O que você vê são muitos movimentos como futebol, festas fechadas e bares abertos, e a festa de rua é deixada de lado”, conta.
De acordo com Pedro, o carnaval de Belo Horizonte acabou se tornando uma festa para quem tem poder aquisitivo. “Isso aqui para mim é mostrar quem pode e quem não pode as coisas. O carnaval em BH se tornou uma festa elitista. E a gente sabe que não é isso. A maioria da população não tem condição de pagar R$ 150 em uma festa privada”, conta.
Questionado sobre a segurança do local, que por não ter apoio da prefeitura, não contava com banheiros químicos e vigilância por parte da Polícia Militar (PM), Pedro disse que se sente seguro. “As pessoas vieram aqui para curtir e ninguém quer arrumar confusão”, disse.
Segundo um ambulante, que preferiu não ser identificado, as vendas não param de melhorar. Para ele, o carnaval de rua é essencial, já que assim, ele consegue ter a oportunidade de trabalhar.
“Eu acho um absurdo eles terem acabado com isso aqui. Isso dá oportunidade para a gente. Eu vendendo essa cerveja, consigo ganhar meu dinheiro de forma justa”, conta.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmou, em nota, que "para a fiscalização no período de carnaval, instituiu 96 equipes de fiscalização integrada, que contam com fiscais de posturas, guardas civis e agentes de fiscalização sanitária".
Ainda de acordo com o comunidado, essas equipe atuam em apoio às demandas do Centro Integrado de Operações, no atendimento de denúncias e na verificação de áreas de comércio e o uso de espaços públicos.
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da PM, que solicitou que um e-mail fosse enviado relatando o evento.