O engenheiro David Abu-Gharbil, mineiro de Coqueiral, no Sul do Estado, e outros brasileiros foram resgatados do hotel em Kiev e já chegaram em Lviv. Na manhã desta quarta-feira (02/03), os brasileiros se reuniram com a embaixada brasileira para traçar nova rota em destino à Polônia.
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Segundo o mineiro de Coqueiral, eles seguiram de carro em comboio com 11 pessoas com destino a Lviv. No grupo havia sete brasileiros e outros ucranianos, que trabalham na embaixada. Eles partiram sentido Lviv, que fica a 573 quilômetros. É um percurso de quase 8 horas de carro, que durou o dobro de tempo, porque no caminho, segundo David, eles passaram por barricadas e foram orientados por soldados ucranianos.
“Eu vim dirigindo um dos carros. Muito trânsito, viagem cansativa. Ficamos treze horas na estrada, em torno de 400 quilômetros, com muita barricada e barreiras. Atrasa muito, pois acaba fazendo filas. Lá pelas nove da noite, recebemos a informação de pessoas querendo nos abrigar em Ternopil. Achamos melhor parar, pois à noite começa a ficar perigoso. Se não fosse a ajuda da embaixada, íamos ficar mais tempo na estrada. O sofrimento que tivemos nos outros dias, foi recompensado”, completa o engenheiro David.
Pelas condições da viagem, o destino foi interrompido em Ternopil, a 100 quilômetros de Lviv e 180 quilômetros Polônia. A situação foi atualizada pelas redes sociais.
“A gente está aqui, o pessoal nos abrigou. Imagina, ucranianos nos abrigando. Deram quarto, comida, uma cama para cada um. Muito agradecido. Conseguimos tomar um banho e até lavar um pouco de roupa”, diz.
Os brasileiros conseguiram chegar bem em Lviv e na manhã desta quarta-feira (02/03), eles se reuniram com a embaixada brasileira em um hotel na cidade para traçar nova rota. David esta em um quarto junto dos amigos Matheus Ramires, jogador de futsal, do Rio Grande do Sul e o Rony. Eles estão a 74 quilômetros da fronteira com a Polônia.
De acordo com o engenheiro, o grupo vai passar a noite no local e a ideia é embarcar em um trem para a Polônia nesta quinta-feira (03/03). “A embaixada vai ficar, pois eles ficam aqui para acompanhar a parte de guerra. Aqui é mais seguro que Kiev. E nós brasileiros vamos seguir. Não vamos partir hoje, porque não tem mais trem”, ressalta.