Jornal Estado de Minas

INÍCIO DE MOTIM

Presos pedem visitas e iniciam incêndio em presídio de JF; veja vídeo

Os detentos da Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, deram início a um incêndio neste sábado (5/3) na unidade prisional. Com um celular, um dos presos gravou um vídeo – que circula nas redes sociais – justificando o motim. Segundo ele, as visitas não têm ocorrido, o que gerou uma onda de revolta dentro do presídio.




 
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“Cortaram o nosso benefício. A gente tá cheio de ódio”, diz o homem que grava colchões pegando fogo em um dos pavilhões. Outro detento, em apoio, diz: “Fogo na cadeia mesmo! A gente só quer o nosso direito”. Na sequência, os presos gritam pedindo que as visitas sejam restabelecidas.
 
Em nota emitida no início desta tarde, o Corpo de Bombeiros informou que enviou duas viaturas ao local para controlar as chamas na penitenciária localizada no Bairro de Linhares, na Zona Leste da cidade.
 
Conforme o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), a situação no interior da unidade já foi totalmente controlada. “Policiais penais do Grupamento de Intervenção Rápida (GIR) agiram após presos de uma das celas do pavilhão 3 conseguirem acessar a galeria na manhã deste sábado. Outro grupo de presos ateou fogo em pedações de colchões”, disse.




 
Ainda conforme o Depen-MG, nenhum custodiado foi encaminhado para atendimento hospitalar externo. “Neste momento, a unidade está controlada, com registro de dano em apenas uma das suas celas”.
 
Apesar das reivindicações dos presos, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais finalizou o comunicado dizendo que “por questões de segurança, as visitas na unidade não serão realizadas neste fim de semana”.



Redução de visitas


A situação em Juiz de Fora é reflexo da crise na segurança pública de Minas Gerais, uma vez que as visitas foram reduzidas nas unidades prisionais de todo o estado. A categoria reagiu negativamente à proposta de reajuste salarial de 10,06% apresentada pelo governador Romeu Zema (Novo) em 24 de fevereiro. 

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Os profissionais alegam que o governo não cumpriu com o acordo de 2019, que previa reajuste salarial de 41% até 2021. Deste montante, o governo efetuou somente 13%. 

Por outro lado, Zema afirma que não há condições de recompor os quase 30% e que, em contrapartida, ofereceu reajuste a todo funcionalismo público de 10,06%, via projeto de lei já enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais.