Em apenas dois dias, três ônibus foram incendiados na Grande BH, e o motivo, sempre o mesmo: uma carta é deixada com o motorista, para ser entregue à polícia, com a exigência para que sejam liberadas as visitas em presídios de Minas.
As visitas estão suspensas, em função de uma greve branca dos agentes penitenciários que reivindicam reajuste salarial, que não acontece há pelo menos quatro anos. O prejuízo é estimado em R$ 600 mil, em cada incêndio.
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Presos pedem visitas e iniciam incêndio em presídio de JF; veja vídeoIncêndio em ônibus assusta moradores de Nova LimaDois ônibus são incendiados em menos de 24 horas em BHVídeo: ataque de casal a//www.em.com.br/app/noticia/gerais/2022/03/06/interna_gerais,1350479/amp.html>Prefeitura de BH e Setra criam ações contra incendiários de ônibusDepois de assassinar a mulher com três tiros, homem se mataDessa vez, o coletivo foi incendiado na Rua Existente, no Bairro Morro Alto, em Vespasiano, às 4h. Quatro homens armados entraram no ônibus, rendendo o motorista. Eles entregaram a carta ao condutor e o obrigaram a descer do veículo, assim como todos os passageiros. Em seguida, jogaram gasolina e atearam fogo.
Segundo a Polícia Militar, foram realizadas buscas na região, mas até o momento nenhum dos incendiários foi preso. Os policiais também tentam descobrir câmeras de segurança na região que ajudem na identificação dos criminosos.
Primeiro caso
Na madrugada de sexta-feira (4/3), por volta de 5h15, um ônibus da linha 2151 foi incendiado por homens armados, na avenida Padre José Maurício, esquina com a rua Ildeu Moreira, no Bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte.
O motorista contou que dois homens armados invadiram o coletivo, jogaram gasolina e atearam fogo. Antes de fugir eles deixaram uma carta.
Conforme a PM, a testemunha disse que a carta tem reivindicações de direitos para detentos da Penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas.
Segundo caso
O segundo caso ocorreu na noite dessa sexta-feira (4/3), no Bairro Jardim dos Comerciários, Região Oeste de BH, quando um homem entrou no coletivo da linha 627 (Venda Nova/Mantiqueira) e entregou uma carta ao motorista, dizendo que ele deveria encaminhá-la à polícia.
Providências
Na tarde de sábado, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Belo Horizonte (SetraBH), a Prefeitura de BH e a Polícia Militar fizeram uma reunião de emergência, que definiu estratégias para aumentar a segurança dos usuários do transporte coletivo, diante das ocorrências de ônibus incendiados.
Segundo nota do SetraBH, a partir deste domingo, a Polícia Militar estará reforçando a vigilância. Além de viaturas, que estarão posicionadas em pontos estratégicos da cidade, haverá policiais em coletivos de regiões consideradas mais perigosas.