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Estado de Minas HISTÓRIA DE GUERRA

Mineiro e ucraniana tentam convencer família dela a sair de Kharkiv

Segundo músico mineiro, há casos de jovens que escapam para um local mais seguro, mas deixam para trás pais e avós que não querem abandonar suas casas


07/03/2022 16:01 - atualizado 07/03/2022 16:30

Cidade destruída
Kharkiv é segunda maior cidade da Ucrânia e a mais afetada pelos bombardeios russos (foto: Sergey BOBOK / AFP)
Ao lado de uma ucraniana, o músico mineiro Jammes de Castro (natural de Frutal, no Triângulo Mineiro), que está em Lviv (cidade a Oeste da Ucrânia e que faz fronteira com a Polônia) em uma operação de ajuda humanitária, tenta, neste momento, convencer a família dela (os pais e dois avós, pais de sua mãe) a fugir de Kharkiv, segunda maior cidade do país e a mais afetada pelos bombardeios russos, para Lviv.
 
“Eles não estão querendo sair porque estão com medo. Acredito em dinheiro e em recursos para ajudar na guerra, mas existem momentos que isso não ajuda. Tem horas que é Deus mesmo”, afirmou Jammes. Ele explica que da mesma forma existem vários outros casos de jovens que escapam para um local mais seguro, mas têm que deixar os seus pais e avós, que não querem sair de suas casas, mesmo com bombardeios em suas cidades.
 
“É o país deles, mas a gente não consegue entender isso. Garantimos para as pessoas que estamos resgatando da zona de perigo de guerra que não vão faltar recursos para elas e mesmo assim muitas delas não querem sair de suas casas", afirma.

Segundo ele, o objetivo dessa missão é instalá-los em locais seguros e achar lugar para as pessoas morarem. "Esse tipo de trabalho é muito difícil. É um trabalho de ‘formiguinha’, ajudar as pessoas que estão na fronteira ou a sair da zona de perigo”, destacou o músico mineiro que atua na missão ao lado de mais quatro ucranianos.
 
Jammes, que é produtor musical, compositor, multi-instrumentista e arranjador, morava em Kiev, capital da Ucrânia. 
 
Ele ressaltou também que vai continuar em Lviv depois da guerra. “Quero ajudar a reconstruir o país deles: essa é a nossa missão e a gente vai ficar focado nisso”, assegurou. 
 
A ajuda humanitária que Jammes faz parte nasceu da necessidade de atender aos refugiados. “Um de nossos representantes mora na Polônia e, indiretamente, uma polonesa que mora na Inglaterra e trabalha para o governo polonês é nossa parceira”, explicou.
 


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