Mais do que parabéns e flores, uma cidade mineira aproveitou o Dia Internacional das Mulheres, celebrado hoje (8/3), para exaltar avanços concretos: a ocupação de cargos de chefia por mulheres. Das oito secretarias existentes em Campo Belo, no Sul de Minas, cinco são lideradas por elas.
Leia Mais
O nome delas é coragem: histórias de três heroínas no Dia da MulherDia internacional da mulher: entenda os motivos de ser uma data de protestoBrasil é o 80° país em ranking de melhores lugares para mulheres viveremObediente, cachorro caramelo deita com suspeitos em abordagem policialMinistério Público entra com ação para impedir venda da área do CercadinhoQuase 70% do funcionalismo público municipal é formado por elas: de 1.608 profissionais, 1.076 são mulheres - o que resulta em um percentual de 67%.
“Na verdade, as mulheres estão inseridas num contexto de importância tão grande, que todos os dias têm que ser Dia da Mulher”, afirma o prefeito de Campo Belo, Alisson de Assis de Carvalho.
A reportagem perguntou ao Governo de Minas qual é a proporção de gênero do funcionalismo público no Estado. Tão logo a gestão se manifeste, este texto será atualizado.
Inspiração
Uma das inspirações na cidade do sul mineiro com quase 55 mil habitantes é a responsável por comandar o futuro da sociedade campo-belense. secretaria de Educação. Tome o fôlego: secretária de Educação, mãe, avó, sogra, viúva e, lógico, mulher. Essa é Rosana Silveira.
“Além de você trabalhar fora, com desafios profissionais, também enfrentamos os desafios em casa. Temos que multiplicar para dar conta do recado. Na família, a gente tem que dar o total apoio e tem que se dividir para resolver todos os problemas da vida", afirma.
"E nós, mulheres, conseguimos fazer isso com muita responsabilidade”, complementa.
Rosana tem 60 anos e está à frente da Secretaria de Educação de Campo Belo desde 2017. Ela já foi professora e, após oito anos como diretora, foi promovida ao cargo atual. “Foi pelo belo trabalho que executamos com os alunos. O prefeito reconheceu e me confiou o cargo de secretária. Hoje o maior desafio, após a pandemia, é ajudar os nosso alunos com um aprendizado de excelência”, explica.
Mas o maior desafio já enfrentado foi em 2019, quando ela descobriu um câncer no intestino.
“Tive que fazer uma cirurgia. E aí com a minha doença, meu marido ficou muito mal. Ele já tinha o coração inchado e diabetes. Mas ele sentiu muito a minha doença. Tanto que ele falou com meu irmão que se eu morresse, ele não aguentaria. Logo após a cirurgia, meu marido faleceu. E mesmo com a perda dele, tive que continuar a minha quimioterapia e trabalhando”, ressalta.
Rosana tem um filho de 43 anos e um netinho de 10 anos. “A vida não para e os desafios também não”, diz.