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Estado de Minas INTERIOR

Pacientes reclamam de demora para fazer exames de saúde em Passos

Vereadores foram chamados para verificar a situação


09/03/2022 21:15 - atualizado 09/03/2022 21:15

Upa
Na UPA, a denúncia aponta problemas estruturais e de administração; a secretária se defende (foto: Arquivo EM)
A situação da saúde em Passos, no Sul de Minas, está crítica. Hoje de manhã (9/3), os vereadores Aline Macedo (PL) e Francisco Sena (Podemos) foram chamados por usuários da ESF Polivalente que queriam fazer reclamações. A principal queixa é da fila para fazer exames de sangue, fezes e urina, que chega a 1 mil usuários. Somente agora estão sendo feitos os exames de sangue de setembro de 2021. O aparelho de raio-X também não funciona desde julho do ano passado, segundo eles.
 
A secretária municipal de Saúde, Vanessa Freire, disse que é liberado raio-x todo mês e a ESF está em reforma desde o dia 24 de fevereiro deste ano. O orçamento de 2022 da Saúde para exames e consultas é de R$ 4,8 milhões. Quanto à fila de mil pessoas, Vanessa diz que consultou a enfermeira da unidade, que disse que tem fila de espera, mas que não é esse o quantitativo e que terá esse número apenas nesta quinta-feira.
 
Os vereadores irão ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) para fazer a denúncia, que, na verdade, vai se juntar a outras. De acordo com as mais recentes, com fotos anexadas, em visita realizada na quinta-feira (03/03) os mesmos vereadores constataram várias irregularidades que precisam ser sanadas urgentemente. Falta de medicamentos como Bromoprida, Benzetacil, seringas de 5ml, Buscopan composto, Profenid, Furosemida, apenas para citar alguns. Durante a visita os vereadores receberam a informação de que faltavam mais medicamentos, mas a Secretaria Municipal de Saúde pediu emprestado em municípios vizinhos.
 
A precariedade, segundo a representação, está nas salas da UPA, com mofo nas paredes, na UTI, Pediatria, dentre outras. Vidros quebrados também foram apontados pelos vereadores, bem como buracos no teto e falta de lâmpadas.
 
Os vereadores disseram, na representação, que faltam materiais de limpeza. Segundo a denúncia, os produtos precisam ser diluídos em água para render mais. Panos de chão, rodos, vassouras são funcionárias que levam de suas casas, pois, quando há, são de má qualidade. Falta de climatação adequada, inclusive nos locais onde ficam medicamentos e soros fisiológicos que necessitam de temperatura fria, segundo a Anvisa e demais legislações pertinentes.
 
Na representação do MP, érelatado que cadeiras de rodas e macas são insuficientes para atender à demanda. São necessários mais bebedouros para pacientes que aguardam horas na fila e/ou em observação precisam sair para beber água na recepção. Necessidade de adequação de alimentação aos pacientes, pois estão recebendo, após o almoço e de jantar, apenas metade de um pão com margarina e a outra metade no café da tarde, sendo que leite há pelo menos 2 anos não tem mais.
   
A secretária Vanessa Cristina Silva gravou um vídeo na quinta-feira em que se defende das acusações. Ela admite que houve falta de medicação, mas que por causa do feriado prologado houve um atraso na entrega. O Buscopan composto não tinha, mas, segundo a secretária, havia o Buscopan simples e a dipirona que fariam o mesmo efeito. 
  
Inquérito Civil
 
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), representado pelo Promotor de Justiça Eder Capute em Passos, fará uma série de questionamentos à Secretaria Municipal de Saúde, sobre supostas irregularidades na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), apontadas na representação feita pelos vereadores , na sexta-feira (04/03). A denúncia se soma a outras que estão sendo apuradas pelo MPMG em inquérito civil instaurado pelo promotor contra a SMS em Passos. O CRM/Passos denunciou, antes dos vereadores, a falta de medicamentos, dentre outras irregularidades.
  
O ofício requisita esclarecimentos sobre as denúncias e informações acerca do planejamento e programação para a resolução dos problemas denunciados. O prazo para a resposta ainda não terminou e a resposta da secretaria ainda não nos foi encaminhada”, disse o promotor.
 


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