O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta sexta-feira (11/3) que pode até perder a eleição por não conceder o reajuste que a Segurança Pública de Minas Gerais quer, mas não vai “inviabilizar” o estado.
Em contrapartida, durante uma coletiva de imprensa, na Cidade Administrativa, o chefe do Executivo estadual anunciou um aprimoramento na proposta de reajuste salarial da categoria para tentar dar fim à greve, iniciada em 21 de fevereiro.
A classe alega que o Executivo não cumpriu com um acordo de 2019, que previa reajuste salarial de 41% até 2021 - desse montante, somente 13% foi efetuado. Apesar disso, Zema havia anunciado a recomposição de 10,06% a todo funcionalismo e agora o Executivo vai pagar retroativo de janeiro de 2022, que estava previsto apenas aos servidores da Educação, também à Segurança e Saúde, além de também aumentar o auxílio-vestimenta aos militares.
“Esse reajuste de 10% está custando anualmente para o estado R$ 4 bilhões e vamos fazer um esforço gigante para acomodar, mas vamos fazer. Lembro que as forças de segurança, até o momento, foram as únicas que tiveram reajuste no nosso governo. 13% e agora mais 10% e como é um reajuste cumulativo com outro, isso dá mais de 24%”, afirmou o governador de Minas.
Zema ainda reforçou que seria favorável para ele conceder um reajuste ainda maior em ano eleitoral. “Quero deixar muito claro que nós queríamos de dar mais, inclusive em um ano eleitoral, para mim, seria muito conveniente eu chegar aqui e falar que estamos dando 20, 30, 40%, seria uma maravilha. Mas, para mim o que vale mais é responsabilidade”, disse. “Eu já falei e repito aqui: prefiro fazer o certo e não ser eleito, do que fazer o errado, ser eleito, e deixar o estado inviável. Eu estou aqui para comprar esse desgaste, eu estou aqui para fazer aquilo que o Estado dá conta de pagar”, completou.
Propostas
As negociações entre o governo e representantes da Segurança Pública estavam em curso desde o início da greve. A categoria se negou a aceitar uma primeira proposta do governo, com reajuste a todo funcionalismo público de 10,06% e já encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) via projeto de lei, e seguiu com grandes manifestações desde o primeiro dia de paralisação.
Na manifestação em que a greve foi definida, em Belo Horizonte, a cidade foi tomada por policiais, bombeiros e afins desde o início da manhã, com movimentação entre as regiões Central e Sul da capital.
Outro ato ocorreu em 25 de fevereiro na Cidade Administrativa, sede do governo em BH, na Região Norte da cidade. Os agentes ocuparam boa parte daquela área e até invadiram por certo tempo a MG-010, principal via de acesso da região.
Já na última quarta-feira (9/3), os agentes voltaram às ruas de BH e, durante praticamente todo o dia, ocuparam a Região Central da capital mineira. Este ato, inclusive, feriu uma jornalista da Band após explosão de uma bomba em um bueiro.