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Estado de Minas TRANSPORTE COLETIVO

Empresas de transporte desistem de reduzir viagem de ônibus em BH

Sindicato anunciou medida após reunião com o prefeito da capital, Alexandre Kalil, sobre alta dos combustíveis


16/03/2022 04:00 - atualizado 16/03/2022 06:16

Alexandre Kalil, prefeito de BH
Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte: "Não há operação de guerra em Belo Horizonte. Vamos continuar a negociação, a fazer contas, mas o importante para a população é de que tivemos garantias de que não haverá operação de guerra" (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)


Apesar da crise financeira que atingiu as empresas de ônibus, o transporte público de Belo Horizonte seguirá com os mesmos horários habituais e preços de passagens. Depois de reunião com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na sede da prefeitura da capital, os representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) garantiram que não colocarão em prática a “operação de guerra” anunciada pela entidade na semana passada, em virtude do alto reajuste do óleo diesel divulgado pela Petrobras.

A operação consistia em reduzir ao máximo as viagens para consumir ao máximo o gasto do combustível, que teve aumento de 24,9%. O Setra-BH alega que gasta mensalmente R$ 64 milhões com salários de funcionários e com combustíveis e que, diante do reajuste, não teria como continuar praticando o serviço com qualidade. Hoje, as empresas empregam cerca de 8,5 mil funcionários, sendo 5 mil motoristas, em toda a capital. O faturamento mensal varia em torno de R$ 58 milhões a R$ 62 milhões. As empresas anunciaram colapso no sistema.

Kalil reconheceu o panorama difícil, mas não propôs nenhuma solução prática depois do encontro com os empresários do setor: “A gente sabe da situação gravíssima em que nós nos encontramos. Temos consciência do caos que vai se transformar o transporte público de Brasil se isso não for enfrentado com coragem e trabalho. Não há operação de guerra em Belo Horizonte. Vamos continuar a negociação, a fazer contas, mas o importante para a população é de que tivemos garantias de que não haverá operação de guerra. Faremos o que tem de ser feito”.

As tarifas de ônibus não são reajustadas desde 2018, uma das razões apontadas para o colapso do setor. Em janeiro, a PBH conseguiu o desbloqueio de R$ 4,3 milhões retidos na Justiça para o custeio de despesas com a folha salarial e diesel, mas o dinheiro já foi gasto para custear despesas a folha salarial.

“Não estou fazendo referência aos pneus, peças, lubrificantes e renovação de frota. Estamos falando apenas do que arrecadamos com passagem, que é em torno de R$ 60 milhões. O quantitativo de passageiros se mantém estável, com 920 mil passageiros por dia. Mas, se deixamos de pagar o diesel ou mão de obra, não temos como realizar o serviço”, afirma o presidente do Setra-BH, Raul Lycurgo Leite. 

“Somos prestadores de serviço público e todas as nossas contas estão abertas para a BHTrans e para a prefeitura. Qualquer demanda eles podem ter livre acesso à documentação e também à questão da bilhetagem, que é automática”, complementa.

O sindicato disse ter encaminhado ofício à Câmara Municipal e ao Ministério Público de Minas Gerais para relatar a situação complicada do transporte da capital. Hoje, haverá assembleia para analisar a gravidade do problema. 

SUBSÍDIO

A proposta do Setra-BH é de criação de um subsídio do poder público para haver receita extra, evitando que os usuários arquem com os custos. Os recursos poderiam vir de outras atividades, como publicidade nos ônibus e nas estações. Segundo Lycurgo, a prática já ocorre em Brasília, São Paulo, Vitória e em outras cidades. Ele diz que, se não houver solução, será necessário que vários ônibus parem de rodar em horários com pouco movimento de passageiros.

“Para não atingir a população, vamos dar um prazo para pensar nosso plano. Pensamos na manutenção das viagens nos horários de pico e em reduções em outros horários com menor movimentação. Isso seria para economizar o insumo, que não conseguimos arrecadar das passagens. Continuamos a discussão com a prefeitura em relação à situação preocupante. Temos 34 empresas, mas a qulquer momento uma ou outra pode colapsar”, diz Raul Lycurgo.

Diálogo com Lula

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que tende a disputar o governo de Minas este ano,  afirmou que está aberto ao diálogo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai disputar o Palácio do Planalto. “Vai ser um prazer conversar com todo mundo, principalmente com o presidente Lula, que está liderando as pesquisas e tem um histórico de uma posição social muito clara. Mas agora estamos preocupados em resolver o problema da passagem [de ônibus]; como vou encontrar com alguém hoje?”, afirmou ele durante visita ao Centro de Saúde Ventosa, no Bairro Jardim América, em BH. Lula já acenou para aliança com Kalil em Minas.
 
 


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