Jornal Estado de Minas

PREVENÇÃO

Vacinação contra meningite é ampliada para crianças de até 11 anos

A vacina contra a meningite C (conjugada) está disponível para crianças de até 10 anos, 11 meses e 29 dias, que ainda não tenham nenhuma dose do imunizante no cartão, até julho deste ano.



Segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES), a vacina, que já é oferecida para menores de cinco anos, pode ser encontrada nas unidades básicas de saúde das cidades mineiras.

Devido aos casos de meningite em 2021 — 17 registros e quatro mortes — e em 2022, até o momento, seis registros e um óbito, a ampliação temporária busca aumentar a proteção da doença, que atinge as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal)

Mesmo que todas as infecções por meningite necessitem de um acompanhamento clínico, a do tipo meningocócica apresenta riscos maiores. Segundo Fernanda Barbosa, da Coordenadoria de Doenças e Agravos Transmissíveis, este quadro “tem evolução para óbito em até 24h, além de sequelas que vão de surdez até amputação de membros”.

Fernanda afirma que a doença meningocócica é provocada por uma bactéria (meningococo) e pode desencadear vários sorogrupos , sendo A, B, C, W, X e Y os mais importantes.

“A garganta dos seres humanos é o reservatório natural desse microrganismo, portanto, a sua transmissão ocorre por meio de partículas eliminadas durante a respiração, a fala, a tosse, o espirro, o beijo ou, ainda, pelo contato direto com secreções respiratórias de pacientes ou portadores assintomáticos”, explicou.

Ampliação da vacina previne surtos da doença

Mesmo que a doença ofereça maiores riscos às crianças menores de um ano, adolescentes e jovens adultos são os principais responsáveis pela circulação e manutenção da doença. “Por isso, a única forma de controlar a meningocócica é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes”, reforça Josianne Dias Gusmão, coordenadora estadual do Programa de Imunizações.



Em Minas, a cobertura vacinal para meningocócica C (Conjugada), no ano de 2020, foi de 86,43% em menores de um ano e de 85,67% em crianças de um ano de idade ou mais. Já em 2021, a cobertura registrada foi de 73,7% nos menores de um ano e de 72,26% para os maiores de um ano de idade.

A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é a de cobertura vacinal de 95% dentro do público indicado para receber o imunizante.

A coordenadora afirmou a importância da vacina para evitar a ocorrência de surtos da doença, bem como hospitalizações pelo sorogrupo C, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos.