Jornal Estado de Minas

ALTA DOS COMBUSTÍVEIS

Com alta do diesel e sem reajuste, ônibus ameaça colapsar em Divinópolis

O último reajuste do óleo diesel colocou pressão no transporte público de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, que alertou, nesta quarta-feira (16/3), sobre o risco de colapso. A nota foi emitida pelo Consórcio TransOeste cobrando postura da prefeitura, que negou, no final do ano passado, o aumento da tarifa.




 
O presidente do consórcio, Felipe Carvalho, cita o impacto da pandemia somado às consecutivas altas nos preços dos combustíveis. Ao longo dos últimos 12 meses, o óleo diesel ficou quase 100% mais caro. Só o último aumento, na semana passada, foi de 24,9%. Na contramão, o número de passageiros caiu 30% nos últimos dois anos, segundo o empresário. São 127 linhas e cerca de 400 funcionários.

"Passados mais de 24 meses do início da pandemia sem qualquer solução apresentada pela prefeitura de Divinópolis, e agora diante de um aumento inconsequente e abusivo do óleo diesel em todo o país, o Consórcio TransOeste alerta as autoridades do colapso iminente que está por vir no sistema de transporte público da cidade caso não seja concedido o reajuste das tarifas do sistema", alerta.


Reajuste da tarifa


O Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) aprovou aumento de até 66% no valor da tarifa em dezembro do ano passado. Hoje, são praticados dois valores na cidade: R$ 3,65 para quem utiliza o cartão Divpass e R$ 4,15 para pagamento em dinheiro dentro do ônibus. Com o reajuste, passaria para R$ 6,09

Na época, foram levados em consideração preços dos insumos e dados do sistema como quilometragem, além de quantidade de passageiros e projeção de reajuste salarial dos condutores de ônibus, todos a partir de comprovação de notas fiscais.





Entretanto, antes que o ano encerrasse, no dia 30 de dezembro, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) decidiu manter congelada a tarifa. O último reajuste foi em 2019, antes da pandemia.

Com a decisão, o Consórcio TransOeste pediu na Justiça que o município seja obrigado a praticar o novo valor. “Ingressamos com a ação e estamos aguardando a decisão, porém não tem como esperar mais”, afirma Carvalho. Ele diz que já foram protocolados “dezenas de ofícios” para a prefeitura, sem retorno.


Alternativas


Em nota, a prefeitura de Divinópolis disse não ter sido notificada oficialmente pelo consórcio e que estuda alternativas.

“Em que pese, a prefeitura não ter sido provocada oficialmente pelo consórcio e ainda de já existir na Justiça um processo para discussão do assunto, a prefeitura está estudando alternativas para solução do problema”.

*Amanda Quintiliano especial para o EM