Após o anúncio da greve dos metroviários de Belo Horizonte a partir de segunda-feira (21/3), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) acionou a Justiça para tentar barrar a paralisação e garantir o horário de funcionamento do serviço na semana que vem.
“A CBTU se antecipou à tomada das medidas administrativas e judicias cabíveis na tentativa de garantir a continuidade e qualidade na prestação dos serviços públicos de transporte de passageiros sobre trilhos na cidade”, diz nota da entidade.
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O presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Romeu José Machado, diz que a resposta da CBTU já é algo natural no contexto das paralisações.
“Isso é praxe, pois a CBTU sempre faz isso quando anunciamos alguma greve. Quando ela recorrer ao Judiciário, vamos responder no processo judicial. Não estamos começando uma greve com paralisação total. Estamos fazendo escala mínima, superior a 30% de funcionamento, e respeitando a lei de greve.”
“Isso é praxe, pois a CBTU sempre faz isso quando anunciamos alguma greve. Quando ela recorrer ao Judiciário, vamos responder no processo judicial. Não estamos começando uma greve com paralisação total. Estamos fazendo escala mínima, superior a 30% de funcionamento, e respeitando a lei de greve.”
Ele garantiu que não há maneira de o movimento voltar atrás: “A greve começa segunda-feira. Nos próximos dias, vamos acertar as questões de escala e funcionamento para as áreas e certamente o movimento começará segunda-feira”.
A proposta da categoria é a anulação das condições do item 3 da Resolução CPPI nº 206, com normas para a privatização do metrô. Ele permite que a CBTU faça transferência dos funcionários para as empresas privadas que futuramente serão responsáveis pela administração do serviço.
“Essa semana tivemos uma reunião com os representantes do governo federal, com intervenção do próprio Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG). O governo disse que não há margem para negociação, porque a modelagem está pronta e que os empregados serão transferidos para a empresa privada no futuro. Após 12 meses, a empresa poderá demitir os empregados”, diz o presidente do sindicato, que alegou ter apresentado algumas alternativas para evitar a transferência dos empregados para a iniciativa privada, porém o governo não aceitou.
“Entendemos que não é obrigatório e sim uma opção do governo, por isso dizemos que há margem para negociar. A CBTU será privatizada somente aqui. Ela continuará funcionando em Maceió, Natal e em João Pessoa. Uma das alternativas é o funcionário optar para ir para outra unidade da CBTU. Mas nem isso o governo concorda”, questiona.
Segundo o Sindimetro, a greve é a única forma de fazer com que "o governo e a empresa tragam respostas às dúvidas de como ficará a situação dos trabalhadores diante da privatização do metrô".