De acordo com a investigação, ele teria forjado o sequestro na terça-feira (15/3), quando começou a fazer contato com a família entre 13h e 14h.
Segundo a polícia, as primeiras pessoas que receberam o pedido de dinheiro foram uma prima, que mora em outro estado, e uma irmã com quem ele não se relacionava – de acordo com a delegada do caso, Fabíola de Oliveira, ele enviava mensagens por um aplicativo pedindo dinheiro.
“Ele disse que tem uma dívida em uma imobiliária no valor de R$ 12 mil. Depois de um acordo, ele pagaria em oito parcelas, mas não possuía o dinheiro. Então, resolveu simular o sequestro. Começou a extorquir parentes dos mais distante até os mais próximos”, explica.
Tudo dando errado
O autor da tentativa de golpe, que não teve o nome revelado pelos policiais, tem 57 anos.
Segundo a delegada, ele exigia uma transferência de valores por PIX ou depósito direto na conta bancária dele mesmo – quando desconfiavam, ele dizia que os supostos sequestradores estariam com o cartão da “vítima”.
O suspeito ainda repassava que, caso chegasse uma mensagem de que o dinheiro havia sido depositado, os “criminosos” o deixariam na Rodovia Fernão Dias e dali fugiriam.
Conforme a investigação da polícia, ele tentou aplicar o golpe em inúmeras pessoas da própria família e, após perceber que não havia dado certo, fingiu ser liberado.
“Desconfiadas de se tratar de trote, elas o bloquearam. Como ele viu que não estava conseguindo, passou a extorquir os filhos e a esposa, que não tinham o dinheiro. Um sobrinho também foi contatado e tentou ganhar tempo para a polícia começar a investigar e localizar os sequestradores”, diz a delegada.
De acordo com a polícia, ele teria ido até uma loja de artigos esportivos em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e, pedido para que a atendente que estava no local entrasse em contato com a esposa dele.
O caso foi encaminhado pela Delegacia Especializada Antissequestro, que é vinculada ao Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp).
Resultado: a prisão
Às 5h30 da quarta-feira, a equipe policial foi acionada. Às 11h50, houve o “resgate”.
De acordo com Fabíola, é de suma importância que as pessoas entendam que forjar o próprio sequestro, extorquindo parentes e familiares, constitui crime e gera responsabilização criminal.
“Ressaltamos que ações como a combatida ontem mobilizam as forças de segurança pública e não podem ficar impunes”, ressalta.
O indivíduo foi preso em flagrante e encaminhado para uma cadeia da região de Contagem, podendo pegar uma pena de reclusão de quatro a 10 anos por crime de extorsão.