A Polícia Civil apura ameaças e ataques racistas proferidos por um grupo neonazista a um movimento negro de Cambuí, município com 30 mil habitantes do Sul de Minas. Os suspeitos invadiram o WhatsApp do "Movimento Negro de Cambuí", enviaram vídeos de pessoas pretas degoladas e ainda mudaram a foto do grupo por uma suástica.
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"Fui ver este grupo e, na verdade, não colocaram a gente no grupo nazista e, sim, três pessoas invadiram nosso grupo e mudaram a foto por uma suástica", explica o líder.
Zulu afirma que essas três pessoas - sendo dois homens e uma mulher - espalharam mensagens de ódio e vídeos de pessoas pretas degoladas e mutiladas. Uma das mensagens dizia: "Vamos a pauta, quando será aquela queima de negros?".
Medo
O líder do movimento afirma que os invasores conseguiram usar o grupo durante 20 minutos. Segundo Zulu, os membros da comunidade e do movimento negro da cidade, depois do ataque, ficaram com medo do que poderia vir.
"Não sabemos de onde vieram. De primeiro sabemos que um dos números é da Espanha. Desconfiamos que outro seja de Minas e São Paulo", comenta.
Logo após a invasão, Zulu e a noiva foram até a Polícia Civil, mas foram informados de que a corporação não estava registrando boletim de ocorrência. O casal, então, seguiu à PM. "Eu registrei lá e eles me disseram que automaticamente vai para a civil investigar", fala o líder.
Investigações
A Polícia Civil revela ter identificado os números dos envolvidos, mas não divulga o nome e nem a localização deles. Mais de 10 dias após o ataque ter ocorrido, a corporação ainda não sabe dizer quando o inquérito será concluído e tampouco concede entrevista para falar sobre o caso.
"No momento não haverá entrevistas sobre o caso. Mais informações em momento oportuno", afirma, por nota (leia a íntegra abaixo).
Nota completa da Polícia Civil
"A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou Procedimento Criminal para apurar as denúncias de delitos de racismo e apologia ao nazismo, ocorridos no dia 6 de março de 2022, na cidade de Cambuí, no Sul de Minas.
De acordo com as vítimas, algumas pessoas invadiram o grupo no aplicativo de mensagens do movimento negro com mensagens ofensivas e de apologia ao nazismo. Os números dos telefones foram identificados.
No momento não haverá entrevistas sobre o caso. Mais informações em momento oportuno."