O julgamento dos acusados do Caso Backer, em que 10 pessoas foram contaminadas e mortas por consumir cervejas da Belorizontina, em 2020, ocorrerá em maio deste ano. A informação foi confirmada nesta quinta (17) pelo Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
As audiências estão marcadas para 25 e 26 de maio e serão usadas para a oitiva de testemunhas e coleta de provas, antes que a decisão judicial seja tomada.
Ao todo, 11 pessoas foram indiciadas por lesão, homicídio e contaminação de alimentos. No entanto, um deles, Paulo Luiz Lopes, responsável técnico da cervejaria, morreu em 2020, e, por isso, somente 10 permanecem em julgamento .
Cinco responsáveis técnicos foram indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e por agirem com culpa na contaminação, além de um funcionário investigado, por falso testemunho, e o chefe da manutenção, indiciado por omissão. Por fim, três gestores da Backer indiciados por atos na pós-produção, sendo eles: Ana Paula Silva Lebbos, Hayan Franco Khalil Lebbos e Munir Franco Khalil Lebbos.
De acordo com o laudo da Polícia Civil, a causa seria a intoxicação pelo composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, utilizado no processo de refrigeração na indústra de cerveja. Na época, a belo-horizontina alegou um vazamento no tanque, que teria contaminado o produto.
Em agosto de 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou um relatório sobre os casos de intoxicação provocada pela ingestão de bebidas da Cervejaria Backer. Segundo o documento do órgão ligado do Governo Federal, a empresa apresentava falha na produção dos produtos desde janeiro de 2019.
Em novembro de 2020, a 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte acolheu, o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos sócios-proprietários. A decisão previa o cancelamento de passaportes e a ordem para que os envolvidos não deixem o Brasil, além da suspensão de atividades das empresas relacionadas à marca.
Em maio do ano passado, a cervejaria Backer anunciou a volta da comercialização a cerveja Capitão Senra.
Na época,10 pessoas morreram e 16 foram hospitalizadas, sendo que os sobreviventes carregam sequelas de intoxicação, como problemas neurológicos e renais.
Luiz Felippe Teles Ribeiro foi uma das vítimas. Ele tomou a cerveja Belorizontina, um dos rótulos da Backer contaminados, no Natal de 2019. Depois de passar os primeiros seis meses de 2020 internado no Hospital Unimed, no ano passado, o engenheiro seguia na luta sem poder correr com as próprias pernas ou ouvir sem ajuda de aparelhos.
Os casos dele e do sogro, o bancário Paschoal Demartini, de 55 anos, estão entre os primeiros a vir à tona e foram peças-chaves para que o mistério fosse desvendado. Hospitalizado em Juiz de Fora, para onde havia voltado depois de consumir a cerveja nas festas natalinas, Paschoal morreu uma semana depois.
O professor universitário Cristiano Gomes também foi uma das vítimas do caso Backer. Em 29 de setembro do ano passado, Cristiano passou por um transplante de rim pelo fato do órgão ter sido comprometido pela intoxicação por dietilenoglicol.
Em agosto do ano passado, a Backer iniciou o processo de reparação de danos às vítimas contratando uma firma especializada na resolução de conflitos.
Também se especula que o dietilenoglicol é responsável por matar 750 pessoas em 10 países.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
As audiências estão marcadas para 25 e 26 de maio e serão usadas para a oitiva de testemunhas e coleta de provas, antes que a decisão judicial seja tomada.
Ao todo, 11 pessoas foram indiciadas por lesão, homicídio e contaminação de alimentos. No entanto, um deles, Paulo Luiz Lopes, responsável técnico da cervejaria, morreu em 2020, e, por isso, somente 10 permanecem em julgamento .
Cinco responsáveis técnicos foram indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e por agirem com culpa na contaminação, além de um funcionário investigado, por falso testemunho, e o chefe da manutenção, indiciado por omissão. Por fim, três gestores da Backer indiciados por atos na pós-produção, sendo eles: Ana Paula Silva Lebbos, Hayan Franco Khalil Lebbos e Munir Franco Khalil Lebbos.
Relembre o caso
No início de 2020, começaram a circular nas redes sociais boatos sobre uma doença grave entre moradores do Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. Os usuários ligaram o problema aos produtos do hipermercado Super Nosso e da cervejaria Backer.De acordo com o laudo da Polícia Civil, a causa seria a intoxicação pelo composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, utilizado no processo de refrigeração na indústra de cerveja. Na época, a belo-horizontina alegou um vazamento no tanque, que teria contaminado o produto.
Em agosto de 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou um relatório sobre os casos de intoxicação provocada pela ingestão de bebidas da Cervejaria Backer. Segundo o documento do órgão ligado do Governo Federal, a empresa apresentava falha na produção dos produtos desde janeiro de 2019.
Em novembro de 2020, a 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte acolheu, o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos sócios-proprietários. A decisão previa o cancelamento de passaportes e a ordem para que os envolvidos não deixem o Brasil, além da suspensão de atividades das empresas relacionadas à marca.
Em maio do ano passado, a cervejaria Backer anunciou a volta da comercialização a cerveja Capitão Senra.
Vítimas
Na época,10 pessoas morreram e 16 foram hospitalizadas, sendo que os sobreviventes carregam sequelas de intoxicação, como problemas neurológicos e renais.
Luiz Felippe Teles Ribeiro foi uma das vítimas. Ele tomou a cerveja Belorizontina, um dos rótulos da Backer contaminados, no Natal de 2019. Depois de passar os primeiros seis meses de 2020 internado no Hospital Unimed, no ano passado, o engenheiro seguia na luta sem poder correr com as próprias pernas ou ouvir sem ajuda de aparelhos.
Os casos dele e do sogro, o bancário Paschoal Demartini, de 55 anos, estão entre os primeiros a vir à tona e foram peças-chaves para que o mistério fosse desvendado. Hospitalizado em Juiz de Fora, para onde havia voltado depois de consumir a cerveja nas festas natalinas, Paschoal morreu uma semana depois.
O professor universitário Cristiano Gomes também foi uma das vítimas do caso Backer. Em 29 de setembro do ano passado, Cristiano passou por um transplante de rim pelo fato do órgão ter sido comprometido pela intoxicação por dietilenoglicol.
Em agosto do ano passado, a Backer iniciou o processo de reparação de danos às vítimas contratando uma firma especializada na resolução de conflitos.
Também se especula que o dietilenoglicol é responsável por matar 750 pessoas em 10 países.
TRAGÉDIA NO COPO
10
pessoas morreram de intoxicação depois de beber cervejas da Backer
16
consumidores da Belorizontina foram internados e sobreviveram à intoxicação por mono e dietilenoglicol
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.