A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Juiz de Fora anunciou nessa sexta-feira (18/3) que vai apurar denúncias de preconceito, omissão de atendimento, assédio moral no trabalho e autoritarismo contra a supervisora de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. A apuração ocorre após reportagem publicada nessa quinta-feira (17/3).
"Não podemos ficar inertes mediante às recentes denúncias de má conduta por parte da supervisão da UBS e, por isso, estaremos utilizando dos dispositivos do Legislativo para lançarmos luz aos fatos", afirma o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Casa, Bejani Júnior (Pode).
As denúncias foram reveladas após quase três meses de apuração e investigação jornalísticas. Reportagem publicada nessa quinta-feira revelou depoimentos de funcionários e moradores durante visitas à comunidade realizadas entre janeiro e março. Por receio de represálias, alguns dos relatos foram fornecidos sob condição de anonimato.
"Ocorre que a servidora tem agido em desacordo com o código de conduta de nossa primorosa instituição de saúde, fugindo das suas responsabilidades, mantendo postura ética profissional duvidosa, sendo agressiva, prepotente, ríspida e arredia ", destaca trecho de um abaixo-assinado, com 190 assinaturas, protocolado junto à Secretaria de Saúde do município em 17 de fevereiro.
Desdobramentos
Agora, em um novo capítulo, Bejani Júnior (Pode) protocolou nessa sexta-feira (18/3), em plenário, um requerimento, com caráter de urgência, que visa agendar uma reunião para discutir as denúncias apresentadas pela reportagem.
Conforme o documento, Ivan Chebli, secretário de Saúde, e a supervisora alvo das denúncias, Renata Heloísa Cerqueira, foram convocados para prestar esclarecimentos.
Além de sugerir a data limite de 25 de março para início dos trabalhos, o proponente da reunião recomenda a participação de servidores da UBS, membros do conselho de saúde local e moradores do bairro que utilizam o atendimento médico fornecido na unidade.
Outro lado
Procurada antes da reportagem inicial, a supervisora da UBS Alto Grajaú, Renata Heloísa Cerqueira, negou todas as acusações e diz que "sempre presou pela melhor técnica". "Atendo a todos sem privilegiar ninguém, seguindo as medidas administrativas e normativas, além de protocolos assistenciais adotados pela Secretaria de Saúde".
"Quanto ao abaixo-assinado, há indícios de irregularidades, uma vez que os assinantes não têm identificação e uma mesma pessoa assina por várias. O conselho local de Saúde, que fiscaliza e acompanha diariamente o trabalho da UBS, não tem queixas ou qualquer reclamação a respeito", afirmou (veja todas as alegações aqui).