A paralisação dos servidores da educação de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem causado uma discussão entre a comissão organizadora do movimento e a prefeitura. Após um ofício enviado pela Comissão dos Servidores da Educação de Lagoa Santa para a Secretaria de Educação, anunciando a paralisação nas escolas municipais, marcada para terça-feira (22/3), o órgão municipal causou um entrave afirmando a falta de legitimidade da comissão. Em resposta ao impedimento, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) reforça apoio à paralisação e à categoria representativa.
A discordância entre as partes começou com a reposta ao ofício. A secretária de Educação, Nila Alves, enviou nessa sexta-feira (18/3) um comunicado à categoria informando que os servidores da Educação só devem ser representados pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal da Região Norte e Metropolitana (Sinorte). Além disso, a Secretaria de Educação diz que não concorda com a paralisação dos servidores.
Apoio e presença
A resposta gerou um posicionamento do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que afirma que reconhece a Comissão dos Servidores da Educação de Lagoa Santa como legítima e confirma presença e apoio na manifestação marcada para terça-feira.
"A prefeitura não pode escolher com quem ela negocia e deve respeitar a categoria representativa na cidade. Se existe uma Comissão de Servidores votada e eleita pela categoria e ela procura a prefeitura com uma pauta é porque existem problemas. A resposta não pode ser apenas essa dada pela Secretaria de Educação", comenta Denise Romano, coordenadora do Sind-UTE/MG.
De acordo com a coordenadora do Sind-UTE, Lagoa Santa tem uma subsede do sindicato, porém, ainda não tem direção local eleita. Quando isso acontece, a direção estadual assume o processo de cooperação de campanha salarial entre outras demandas da categoria.
Romano explica que o Sinorte é um sindicato cartorial, que não é reconhecido pelos servidores da Educação. “Nunca teve eleição para eleger os membros, não tem um endereço e a escolha da diretoria e coordenação não passou por votação dos servidores.”
Paralisação confirmada
Em resposta ao ofício enviado pela Secretaria de Educação, a Comissão dos Servidores acrescenta que a manifestação marcada para começar às 10h em frente à Secretaria Municipal de Educação (Semed) vai acontecer juntamente com a paralisação com indicativo de greve.
“Estão querendo nos impedir de negociarmos nossos direitos. O que a Prefeitura de Lagoa Santa precisa é apresentar uma proposta do cumprimento do piso salarial nacional, modificar a estrutura da carreira dos servidores, solucionar os problemas relativos ao plano de carreira e deixar transparente o destino do dinheiro do rateio do Fundeb, porque ainda não recebemos”, diz uma servidora que não quer se identificar.