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Estado de Minas DESASTRE AMBIENTAL

Animais são resgatados de piche que ameaça Lagoa da Pampulha

Trabalhos continuam neste domingo para retirada e contenção das 29,9 toneladas de piche asfáltico derramados no Córrego Sarandi após acidente


20/03/2022 11:32 - atualizado 20/03/2022 19:53

Lagoa da Pampulha
Prefeitura de Belo Horizonte informou que animais foram atingidos, mas não há registro de mortes (foto: Consominas PBH/Divulgação)

As 29,9 toneladas de piche asfáltico derramadas no Córrego Sarandi após um acidente com um caminhão na Via Expressa, em Contagem, ainda não atingiram a Lagoa da Pampulha. Em uma ação emergencial conjunta entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem barreiras de contenção foram instaladas, nesse sábado (19/3),  para evitar que o material tóxico contamine as águas de um dos principais cartões postais de BH.

Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que animais foram atingidos, mas não há registro de mortes. “Alguns animais ficaram presos no material asfáltico e foram resgatados, limpos e soltos no Parque Ecológico Francisco Lins do Rêgo”, relatou a PBH. Ainda segundo a nota, clínicas veterinárias parceiras estão mobilizadas para recebimento de animais, em caso de necessidade. 
 
De acordo com o coordenador do Grupo de Resgate Animal do UniBH, Aldair Junio Woyames Pinto, foi possível o resgate de um frango d'água. O animal foi encaminhado para o hospital da universidade e depois deve seguir para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Belo Horizonte.
Frango d'agua resgatado
Equipe de voluntários de resgate animal da Uni-BH realiza primeiros socorros em pássaro coberto de piche e vegetação (foto: Tulio Santos/EM/DA PRESS)

“Apesar de existirem várias empresas no local trabalhando para conter a situação, há sim a possibilidade de morte de animais”, conta o coordenador, em conversa com o Estado de Minas.

A pessoa que tiver interesse em ajudar o grupo de resgate pode fazer um Pix para o auxílio na compra de instrumentos, transporte e remédios. O número é: 16.665.283/001-20.

Neste domingo (20/3), os trabalhos continuam para retirada e contenção do material. A empresa responsável pelo desastre, a Indústria Nacional de Asfaltos S/A, contratou a empresa Ambipar para conduzir os trabalhos de mitigação dos riscos e recolhimento do material.

Além disso, equipes da  Defesa Civil, Sudecap, Meio Ambiente e Fundação de Parques da Prefeitura de Belo Horizonte, Copasa, Fundação Estadual do Meio Ambiente, Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Contagem estão mobilizados nos trabalhos de contenção e acompanhamento dos riscos ambientais provocados pelo desastre.

Estratégia de contenção

O plano de emergência para conter o avanço do piche pelo leito do Córrego Sarandi conta com a instalação de três barreiras de contenção. As estruturas foram montadas em pontos estratégicos. A primeira está localizada no “Ponto Zero”, local do acidente na Via Expressa, em Contagem. A segunda está no “Ponto Um”, que fica debaixo do entroncamento das avenidas Otacílio Negrão de Lima e Atlântida, em Belo Horizonte. E a última, a “Ponto Dois”, localizada a cerca de 150m à frente do “Ponto Um”, próximo ao Parque Ecológico José Lins do Rego, na Pampulha.

Por meio de nota, a Prefeitura de Contagem informou que, na manhã deste domingo, as barreiras estão cumprindo bem a função de bloqueio. E embora nenhum material tenha passado para a Lagoa da Pampulha, a Ambipar vai instalar mais “uma ou duas barreiras de prevenção, devido ao cenário de possíveis chuvas na próxima semana”.

Nessa segunda-feira (21/3), representantes das prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem e da Ambipar vão se reunir para avaliar o andamento dos trabalhos, definir ações e levantar informações para instaurar um processo de investigação para apurar os danos e aplicar as medidas legais cabíveis. 

O acidente 

Na tarde da última quarta-feira, uma batida entre uma carreta e um caminhão mobilizou o Corpo de Bombeiros e fechou o trânsito, após grande vazamento de piche. O motorista do caminhão ficou preso às ferragens e foi resgatado pelos bombeiros. Mesmo após 16 horas do desastre, o material que se espalhou na pista da Via Expressa ainda não havia sido totalmente retirado e parte da pista havia sido interditada devido ao piche pegajoso. Foi necessário utilizar um maquinário para retirá-lo do local.


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