Começa nesta segunda-feira (21/3) a greve dos metroviários de Belo Horizonte. Por determinação da justiça, os trens devem funcionar com escala mínima de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.
De acordo com a assessoria do Sindimetro, a greve começa com tempo indeterminado para acabar. "Está na mão do governo criar um canal de diálogo para entendermos até quando vamos levar o movimento", informou o assessor Pablo Henrique. Ele completa dizendo que o metrô irá funcionar em uma escala diferente da prevista pela justiça, das 10h às 17h.
Leia Mais
Metroviários marcam assembleia para sábado para decidir início de greveIntervalo do metrô será maior na semana do carnaval em BHMetrô de BH não vai circular por cinco estações neste domingo; vejaGarotinho de 3 anos com leucemia tem dia de bombeiro em BHFeirantes da Afonso Pena se desdobram para conter preço dos tira-gostosMinutos antes de começar, rave Boombay é cancelada em Nova LimaA proposta da categoria é a anulação das condições do item 3 da Resolução CPPI nº 206, com normas para a privatização do metrô. Ele permite que a CBTU faça transferência dos funcionários para as empresas privadas que futuramente serão responsáveis pela administração do serviço.
Entenda o caso
Os metroviários chegaram ao consenso sobre a greve em assembleia na noite de quarta-feira, dia 16, na Praça da Estação. Como resposta, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) acionou a Justiça para tentar barrar a paralisação e garantir o horário de funcionamento do serviço.
"A CBTU se antecipou à tomada das medidas administrativas e judiciais cabíveis na tentativa de garantir a continuidade e qualidade na prestação dos serviços públicos de transporte de passageiros sobre trilhos na cidade", diz nota da entidade.
O presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Romeu José Machado, disse que a resposta da CBTU já é algo natural no contexto das paralisações. "Não estamos começando uma greve com paralisação total. Estamos fazendo escala mínima, superior a 30% de funcionamento, e respeitando a lei de greve."
"Essa semana tivemos uma reunião com os representantes do governo federal, com intervenção do próprio Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG). O governo disse que não há margem para negociação, porque a modelagem está pronta e que os empregados serão transferidos para a empresa privada no futuro. Após 12 meses, a empresa poderá demitir os empregados", disse o presidente do sindicato, que alegou ter apresentado algumas alternativas para evitar a transferência dos empregados para a iniciativa privada, porém o governo não aceitou.
Segundo o Sindimetro, a greve é a única forma de fazer com que "o governo e a empresa tragam respostas às dúvidas de como ficará a situação dos trabalhadores diante da privatização do metrô".