Começaram a chegar, na Cidade Administrativa, sede do governo, as forças de segurança de Minas Gerais para o quarto ato pela recomposição salarial. A manifestação foi marcada para esta segunda-feira (21/3), às 9h. A categoria completa um mês de greve.
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Nesta segunda, forças de segurança de MG vão até a Cidade AdministrativaGoverno de MG promete não usar Força Nacional durante protesto da segurançaGreve: forças de segurança de MG têm nova manifestação por reajuste marcadaPolícia Civil faz grande apreensão de sabão em pó falsificadoEm protesto, forças de segurança invadem rodovia e fecham a MG-010 IPVA 2022: começa hoje a escala de pagamento em MinasA possibilidade de um acampamento na Cidade Administrativa também está sendo discutida, afirmou a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). Além de realização de atos isolados nas sedes dos batalhões, porta de quarteis, delegacias e unidades prisionais entre os dias 22 e 31 deste mês.
“Enquanto ele (Zema) não cumprir o compromisso, vamos continuar manifestando e trabalhando na estrita legalidade”, disse a diretora da Confederação, Aline Rios, em entrevista ao Estado de Minas. “Estamos defasados desde 2015, trabalhando de forma precária e desumana”.
A Justiça proibiu que a categoria feche ruas e avenidas de qualquer cidade do estado. Há, no entanto, o temor de que a MG-010 seja interditada, ainda que parcialmente. Também permanece proibida a queima de objetos, porte e utilização de armas, foguetes ou bombas. O descumprimento gera multa de R$ 100 mil por hora.
Na quinta-feira (17/3), a Justiça determinou a atuação da Força Nacional no caso de novas manifestações dos servidores das forças de segurança de Minas Gerais.
Sem acordo
No último dia 11, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou que não concederá o reajuste para a Segurança Pública de Minas Gerais. Zema afirmou, ainda, que pode até perder a eleição por não conceder o reajuste que a Segurança Pública de Minas Gerais quer, mas não vai “inviabilizar” o estado.
Em contrapartida, o Governo de Minas aprimorou a proposta para tentar dar fim à greve e, além da recomposição de 10,06%, referente à 2021, o Executivo vai pagar retroativo de janeiro de 2022.
A tentativa de acordo, entretanto, não teve sucesso. Durante o ato, por unanimidade, a categoria rejeitou a proposta.
“O 10,06% não satisfaz a categoria. Isso é só a inflação de 2021, estamos sem reajuste desde 2015”, defendeu o investigador Emerson Oliveira, assessor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol) e diretor da Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) sudeste.
“O 10,06% não satisfaz a categoria. Isso é só a inflação de 2021, estamos sem reajuste desde 2015”, defendeu o investigador Emerson Oliveira, assessor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol) e diretor da Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) sudeste.
Quanto ao legislativo, o governador afirmou que vetará qualquer Projeto de Lei sobre o tema. A declaração foi duramente criticada por parlamentares ligados às tropas.
Mais cedo, na Cidade Administrativa, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) enfatizou que a resistência de Zema em cumprir o acordo trará um "desgaste enorme" para seu governo.
“A última palavra não é do governador, a última palavra é do legislativo”, defendeu o deputado, enquanto aguardava a chegada dos manifestantes na sede do governo.
A expectativa é que, na Assembléia Legislativa, o Projeto seja encaminhado no próximo dia 31 ou 1º de abril.
A expectativa é que, na Assembléia Legislativa, o Projeto seja encaminhado no próximo dia 31 ou 1º de abril.
Faixas e palavras de ordem culpam Zema
“A culpa é do Zema”, é o que diz boa parte dos cartazes expostos em frente à sede do governo. Um boneco, com a imagem do Zema e um nariz de pinóquio, foi batizado como “Zenóquio 171”.
Nas palavras de ordem, as forças de segurança pedem por “respeito” e pelo “fim das mentiras”. Os gritos enfatizam, além disso, a rejeição da categoria à proposta do governo do estado: “Quem não está de acordo com a proposta dos 10,06% e os três abonos: não, não, não!”