Jornal Estado de Minas

SUL DE MINAS

Bombeiros apuram morte de homem que teria sido algemado em MG

A morte de um homem de 39 anos em Varginha, no Sul de Minas, é investigada pelo Corpo de Bombeiros. A vítima teria tido um mal súbito enquanto era algemada. A nota dos bombeiros diz que o homem estava com sinais de embriaguez e teria atrapalhado o socorro de um amigo dele com crise convulsiva. O caso aconteceu na noite do último sábado (19/3).





O Corpo de Bombeiros de Varginha divulgou comunicado para explicar o fato. De acordo com a coorporação, os militares foram acionados para atender um caso de crise convulsiva e, ao chegarem ao local, foram atrapalhados pelo amigo da vítima, que aparentava sinais de embriaguez. "No local, enquanto era prestado o devido atendimento à vitima, os bombeiros militares foram alvo de ameaças e agressões injustificadas por parte de um indivuduo supostamente alterado pelo uso de bebida alcoolica", diz um trecho da nota.

A Polícia Militar precisou ser acionada, pois segundo os militares, Adolpho Silva Montezano teria desacatado uma bombeira, que estava no local, com palavras de baixo calão. “O cidadão permanecia oferecendo risco à guarnição de bombeiros”, completa.
 
Família contesta nota divulgada pelos bombeiros (foto: CBMMG)
 
Segundo a nota, o homem foi imobilizado pelos bombeiros e, no momento, em que ele era algemado, os militares disseram que ele teve um mal súbido. “Sendo imediatamente prestado os primeiros socorros pelos bombeiros militares presentes, conduzido ao hospital, onde foi constatado o óbito”, afirma.




 
A viúva de Adolpho constesta a versão contada pelos militares. “Tudo aconteceu durante uma confraternização entre amigos. Tinham só casais. Um amigo nosso passou mal e tivemos que acionar os bombeiros. Primeiro, chamei o Samu, mas eles não podiam. E ai liguei nos bombeiros. Meu marido estava um pouco alterado, na intenção de ajudar o amigo, mas ele foi imobilizado de forma agressiva. Eu pedi a todo momento que eles soltassem meu marido”, conta Anna Elize Bonfim.
 
De acordo com a mulher, depois de toda a confusão, Adolpho foi levado pelos militares e ela ficou sem nenhuma informação do marido. “Eu fiquei a madrugada toda ligando em hospitais. Por fim, liguei na Polícia Civil, eles disseram que ele estava no Hospital Varginha, mas liguei e não consegui informação. Só fiquei sabendo no domingo às 6 hrs da manhã, quando liguei novamente na Polícia Civil, ai fiquei sabendo que ela estava morto”, afirma.
 
A Polícia Militar informou que quatro militares foram conduzidos para o batalhão da Polícia Militar e liberados na sequência. O Corpo de Bombeiros aguarda o laudo pericial para determinar a causa da morte do homem. Na manhã desta segunda-feira (21/3) foi instaurado um inquérito administrativo para apurar o caso.
 
“Eu quero justiça porque os bombeiros agiram com negligência. Um covardia, o que fizeram com um pai de família”, ressalta Anne.