Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

Empresários e ganhadores de títulos de capitalização são alvos da PF

Empresários e ganhadores de títulos de capitalização são alvos da Polícia Federal na operação ‘Venerália’, que combate lavagem de dinheiro nesta terça-feira (22/03). Mandados judiciais são cumpridos em Varginha, no Sul de Minas, e Belo Horizonte, além de outras cidades do país.





O grupo criminoso manejava esquema que teria lavado cerca de R$ 12 milhões.
 
De acordo com a Polícia Federal, a operação ‘Venerália’ combate lavagem de dinheiro no comércio de títulos de capitalização vendidos em várias cidades mineiras, entre os anos de 2011 e 2016.

As investigações identificaram que o grupo criminoso que manejava o esquema tinha bases operacionais em mais de um estado da federação e teria lavado cerca de R$ 12 milhões.
 
“As investigações têm como alvos empresários e ganhadores de prêmios de 2015 e 2016, alguns deles da ordem de R$ 300 mil”, afirma a PF.
 
A polícia explicou que três frentes foram apuradas: a lavagem de valores obtidos com a venda das cartelas, por meio de omissão da real quantidade efetivamente comercializada; a possível fraude nos sorteios das cartelas numeradas; e o suposto desvio do quinhão que deveria, por força de lei, ser creditada a entidade beneficente ou de utilidade pública.




 
“O nome da Operação é uma alusão ao festival dedicado à deusa Vênus, que ocorria no dia 1º de abril de cada ano (no calendário gregoriano, “Dia da Mentira”), em face à fraude nos sorteios, também objeto da investigação”, diz.
 
Ao todo, 27 ordens judiciais, sendo nove medidas cautelares judiciais específicas e 18 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Varginha e Belo Horizonte, além de outras cidades como Porto Alegre/RS (2), Chapecó/SC (1), Blumenau/SC (1), São Paulo/SP (1), Cajamar/SP (2), Tanabi/SP (1), Presidente Prudente/SP (1), Matão/SP (1), Caruaru/PE (3), Garanhuns/PE (1) e Cachoeirinha/PE (1).
 
Ainda segundo a PF, os investigados podem responder por crimes de lavagem de bens e valores, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso. “As penas, somadas, podem chegar a 22 anos de prisão”, ressalta.