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Estado de Minas GREVE DOS METROVIÁRIOS

Terceiro dia de greve: metrô funciona até 17h desta quarta-feira em BH

Assembleia marcada para a tarde desta quarta-feira (23/3) avaliará o movimento e discutirá os rumos da greve


23/03/2022 10:32 - atualizado 23/03/2022 13:00

Cartaz anunciando greve na estação vilarinho
Com a greve, o funcionamento do metrô está sendo de 10h às 17h (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O metrô de Belo Horizonte segue com o funcionamento reduzido nesta quarta-feira (23/3). No terceiro dia de greve dos metroviários, os trens continuam funcionando entre 10h e 17h, ou seja, fora do horário de pico.

Uma nova assembleia marcada para esta tarde vai avaliar o movimento e os rumos da greve. 

Os funcionários do metrô começaram a paralisação à 0h dessa segunda-feira e, até o momento, as operações estão parcialmente paralisadas.

Com a greve, a categoria descumpre a determinação da Justiça, que prevê a escala mínima de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h, ou seja, o horário de pico.

O Sindicato dos Metroviários (Sindimetro) afirma que, embora em horário diferente, os trens estão funcionando por mais tempo do que o determinado legalmente.
 
Um número maior de viagens, com intervalos menores entre os trens, também está sendo oferecido: o intervalo que, antes da greve, era de 20 minutos, passou para 15 minutos. 

Transtorno para os passageiros 

No terminal Vilarinho, Região de Venda Nova da capital, a empregada doméstica Cristiana Gonçalves, de 38 anos, aguardava na fila a liberação do metrô para embarcar às 10h.
 
Como tantos outros usuários, a rotina dela foi prejudicada com a paralisação. Cristiana conta que está tendo que trabalhar em horário reduzido para conseguir usar o trem. "Tá me atrapalhando demais. Tô chegando no serviço 3 horas depois do meu horário e tenho que sair 1h30 antes para conseguir pegar o metrô antes das 17h".
 
Usuária de metrô esperando a liberação
Com a greve dos metroviários, Cristiana passou a gastar 3h na locomoção de casa até o serviço (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
 
Cristiana, que mora em Santa Luzia, usa o transporte público para se deslocar até o bairro Santa Efigênia. "Eu utilizo somente o metrô, da estação Vilarinho até a Estação Santa Tereza. Tá sendo complicado porque a gente só pega o metrô lotado, não consegue pegar metrô vazio. Estamos quase sendo pisoteados", conta. 

Outras alternativas de transportes 

A usuária também relata que, ao tentar pegar um ônibus, também enfrentou lotação e desconforto. "Ontem tentei pegar o ônibus para descer no Centro mas não consegui. Você fica em uma fila imensa e não consegue pegar de tão cheio", desabafa.
 
Com a lotação nos transportes públicos, Cristiana conta à reportagem que a alternativa de usar motoristas de aplicativos também está difícil. "Segunda-feira eu tive que utilizar o meio de transporte Uber, mas foi um caos também para conseguir chegar. Eu fiquei mais de 40 minutos tentando chamar um uber, mas não conseguia também. Eles cancelavam a corrida", conta.

A empregada conta que agora gasta mais de 3h no trajeto do trabalho para casa. "Eu gastava 1h30 no trajeto. Cansaço aumenta, estresse, desconforto, tudo aumenta. Tomara que isso acabe logo, porque como sempre, quem sofre é a população", declara Cristiana.

Motivo da greve 

A greve questiona a estabilidade dos empregos após a transferência para empresas privadas no futuro, prevista no item 3 da Resolução CPPI nº 206, com normas para a privatização do metrô. 

A resolução permite que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) faça a transferência dos funcionários para as empresas privadas que futuramente serão responsáveis pela administração do serviço.

"Nós somos contra essa lógica do lucro a qualquer preço, por isso decidimos entrar em greve, como último recurso para defender o nosso ganha-pão e o direito das pessoas de ir e vir. A nossa luta é a luta de todo o povo trabalhador, oprimido explorado por este sistema injusto", declara o Sindimetro em comunicado.
 
*Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen


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