O movimento de usuários nos dois dias de greve do metrô de Belo Horizonte caiu quase 70%. Segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (23/3) pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô da capital, 60.229 pessoas usaram o transporte sobre trilhos durante a paralisação.
Na segunda-feira (21/3), 29.854 passageiros compraram bilhetes para o metrô, enquanto 30.375 usaram o serviço na terça-feira (30.375). A CBTU ainda não divulgou o balanço desta quarta-feira.
Habitualmente, segundo a companhia, o metrô carrega pelo menos 100 mil pessoas diariamente. Pelo menos 70 mil deles tiveram de recorrer a outros meios para chegar ao trabalho.
Os funcionários trabalham em escala reduzida – das 10h às 17h –, desconsiderando ordem judicial que obrigava o transporte a funcionar nos horários de pico: entre 8h30 às 12h e 16h30 às 20h.
Na semana passada, a Justiça havia determinado multa diária de R$ 30 mil para o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) caso a ordem fosse descumprida. A CBTU acionou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para aumentar a medida administrativa, mas não obteve sucesso.
Em sua justificativa, o desembargador César Pereira da Silva Machado Júnior afirmou que ainda é cedo para a aplicação da multa, tendo em vista que há tempo satisfatório para o recurso apresentado pelos metroviários: Tendo em vista que está em curso a fluência do prazo da defesa, concedido na referida decisão, não se revela razoável, neste momento, a efetivação de atos processuais de cunho executórios, cujas providências desafiam momento oportuno”.
Os metroviários farão nova assembleia no fim da tarde desta quarta-feira para definir os rumos do movimento e avaliar o que está sendo feito até agora.
Segundo o Sindimetro-MG, os trens estão funcionando por mais tempo do que o determinado legalmente. Um número maior de viagens, com intervalos menores entre os trens, também está sendo oferecido: o intervalo que, antes da greve, era de 20 minutos, passou para 15 minutos.
Resolução
A greve questiona a estabilidade dos empregos após a transferência para empresas privadas no futuro, prevista no item 3 da Resolução CPPI nº 206, com normas para a privatização do metrô. Hoje, a CBTU conta com mais de 1,5 mil funcionários ativos.
A resolução permite que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) faça a transferência dos funcionários para as empresas privadas que futuramente serão responsáveis pela administração do serviço.