Para impedir a circulação dos ônibus, alguns usuários sentaram no chão, no entorno dos veículos. Eles reclamam que, mesmo antes da greve dos metroviários, havia ausência e superlotação dos transportes coletivos.
Os passageiros também exigem respostas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre a redução das linhas de ônibus e a paralisação dos metroviários. Com a greve, de acordo com a BHTrans, nos horários de pico, há cerca de 90 mil passageiros a mais nos transportes municipais.
A empregada doméstica Lenice da Silva, de 38 anos, estava com destino ao centro, mas ficou retida na estação e não sabia se seguiria para o trabalho ou se voltaria para casa.
“O 62 não está funcionando e é justamente o ônibus que me leva ao serviço. A situação do transporte coletivo em BH está absurda, pois, além de reduzirem os horários de ônibus, estão querendo aumentar o preço da passagem. Daqui a pouco, os patrões não terão condições de pagar a condução dos funcionários”, contou.
Josiane Batista, de 33 anos e operadora de caixa, ficou na Estação desde às 8h, mas afirmou concordar com as manifestações, já que o transporte coletivo está atrasando todos os dias e as estações estão lotadas. "É um descaso com a população, ninguém está aguentando mais. Ficamos horas esperando e, no momento de voltar para casa, às 18h, é pior ainda. Estão colocando ônibus pequenos no horário de pico”, disse.
Há também policiais, grevistas e equipes da BHTrans e do Setra-BH reunidos em uma sala fechada na Estação, que não conta com participação da imprensa. Em nota, a BHTrans informou que está ouvindo as reivindicações e "atuando para reestabelecer os serviços nos níveis adequados".
O trânsito na região é lento, mas não há mais ônibus parados na entrada da Estação Venda Nova.