Alopecia: a condição capilar, até então pouco comentada, esteve sob os holofotes da internet nesta segunda-feira (28/3). O assunto foi um dos mais procurados no google, após a confusão entre Will Smith e Chris Rock, no Oscar 2022. Na ocasião, Rock fez uma piada sobre os cabelos de Pinkett Smith, diagnosticada com a doença.
No mundo, cerca de 2% da população mundial, de acordo com dados publicados pelo Ministério da Saúde, têm a condição. Causada por influências genéticas, processos inflamatórios ou doenças sistêmicas, a alopecia gera a queda de cabelos em diferentes níveis.
Algumas mulheres optam por "assumir" a falta dos fios, como o caso de Pinkett Smith, enquanto outras buscam por alternativas como as famosas perucas. “A peruca não é apenas um acessório, é uma parte de si, tem um efeito transformador, trazendo de volta a identidade e autoestima da mulher”, descreve Luiz Crispim empresário, fabricante de perucas e cabeleireiro.
Do loiro ao castanho escuro, do ondulado ao liso escorrido, as opções de perucas são diversas e podem ser moldadas ao gosto da mulher. “São desenvolvidas exclusivamente para cada caso e forma personalizada”, pontua o cabeleireiro. É possível, inclusive, encomendar uma réplica do cabelo antes da alopecia.
Autoestima e tabu
A peruca já foi, por muitos anos, considerada um tabu entre as mulheres, comenta Luiz Crispim. “Hoje com a modernização dos acabamentos e com a evolução das técnicas esse tabu vem sendo quebrado”, afirma.
De um lado, havia o tabu sobre a peruca; de outro, a insegurança quanto à queda dos fios. Hoje, com a crescente das discussões sobre feminismo, empoderamento feminimo e autoestima, o cenário vem mudando gradativamente.
Para além de uma questão estética, onde o objetivo era "cobrir" a calvície, agora as perucas se tornaram moda. “Famosas internacionais, como a Beyoncé, aderiram uma técnica chamada Full Lace: uma peruca moderna que imita o cabelo saindo da raiz”, exemplifica o cabeleireiro. “O estilo popularizou”, completa.
O universo das perucas
São diversas opções de perucas, que variam entre as opções naturais, com fios humanos, ou fibras sintéticas que imitam o cabelo. “As perucas orgânicas, ou naturais, por exemplo, aguentam temperaturas de chapinhas e secadores. Já as perucas sintéticas não aguentam”, explica Crispim.
As perucas orgânicas, as mais populares, custam a partir de R$ 300 e podem durar cerca de cinco anos.
“Se a peruca for humana ela precisa de tratamentos do fio como os da nossa cabeça”, enfatiza o cabeleireiro. Ou seja, os cuidados são os mesmos de um cabelo natural: lavar, secar, hidratar e pentear.
“Além dos cuidados com os fios, a forma de manusear ao pentear , secar e guardar é muito importante para que se mantenham do estilo e formato desejado”, finaliza.