O atendimento no Hospital Infantil João Paulo II, no Centro de Belo Horizonte, está normalizado após a liminar da Justiça determinar a garantia de funcionamento do serviço, que foi considerado essencial. Médicos haviam decidido paralisar os trabalhos na unidade por 24 horas a partir das 7h desta segunda-feira (28) em protesto por reajuste nos salários e melhorias estruturais no prédio
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Recordes de frio e calor: o que explica a mudança de temperatura em BH? Motorista morre carbonizado ao bater de frente com caminhão na BR-040Alopecia: peruca é uma das opções para mulheres com a condição Motoristas de aplicativo protestam em BH nesta terça-feiraCOVID: BH abre semana com mais de 2 mil novos casos da doençaA decisão foi tomada pelo desembargador Wilson Benevides e entregue ao Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sindmed-MG). Na liminar, foi determinada a obrigatoriedade do atendimento em 100% da capacidade para pacientes em tratamento, nas UTIs e maternidades.
Todos os demais serviços prestados pelo sistema estadual de saúde devem acontecer com taxa mínima de 50% da capacidade e todos os relatórios, documentos e livros de controle dos procedimentos clínicos precisam ser preenchidos. A multa por não cumprir as determinações é de R$5 mil por hora.
O Sinmed cumpriu a decisão, mas afirma que entrará com recurso contra a medida. Nesta segunda-feira (28), às 19h30, o sindicato organizará uma assembleia online com médicos do Hospital Infantil João Paulo II para discutir a situação e buscar estratégias para reivindicar melhores condições de trabalho.
Os trabalhadores cobram do governo estadual a contratação de mais profissionais através de concurso público, a renovação dos contratos emergenciais realizados para enfrentamento da pandemia e a equiparação de salário e outros benefícios com os vencimentos pagos a profissionais do Hospital João XXIII, entendendo que os médicos realizam funções com o mesmo nível de complexidade nas duas unidades.
Além disso, os médicos do João Paulo II reivindicam a correção de problemas estruturais no hospital. A categoria afirma que boa parte do prédio, incluindo o refeitório, está interditada e uma obra de construção de uma estrutura anexa, prevista para ser entregue em 2014, segue inacabada.
Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela gestão do hospital, afirma que se reuniu com o sindicato dos médicos assim que recebeu a pauta de reivindicações dos profissionais e deu garantias de manter os contratados, continuar as obras de infraestrutura e abrir mais 9 vagas para pediatras na unidade.
A Fhemig ainda informou que, em 24 de março, foi autorizada a contratação de 15 pediatras para atuação no Complexo Hospitalar de Urgência por meio de processo seletivo simplificado.
Sobre a questão salarial, a Fhemig se limitou a citar o projeto de lei enviado pelo governo estadual à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) prevendo um aumento de 10,06% nos vencimentos de todo o funcionalismo público.