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Estado de Minas PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Primeira capela de Mariana, erguida em 1701, passará por restauração

As duas últimas maiores intervenções da Capela de Santo Antônio foram em 1999 e entre 2005 e 2006; nova obra tem previsão de conclusão em 8 meses


28/03/2022 19:52 - atualizado 29/03/2022 00:29


Capela de Santo Antônio
A Capela de Santo Antônio encontra-se situada no bairro de mesmo nome, afastado do centro histórico, conhecido pelo nome de 'Prainha' vai receber obras de restauração na estrutura e na área externa (foto: Divulgação/Prefeitura de Mariana)
O primeiro templo religioso da cidade histórica de Mariana, na Região Central de Minas, e provavelmente o mais antigo de Minas Gerais vai receber obras de restauração. A Capela de Santo Antônio, erguida no início do século 18, como marco da descoberta do ouro na região das minas recebeu, nesta segunda-feira, (28/3), o início da restauração completa.

Os trabalhos de restauração de telhado, piso, forros, parte elétrica, proteção de incêndio e proteção de descarga atmosférica têm previsão de conclusão em oito meses, e vão custar R$1,5 milhões.

De acordo com a Secretaria de Obras e Planejamento da prefeitura de Mariana, também será feita a revitalização do entorno e a requalificação do Largo de Santo Antônio, com acompanhamento arqueológico. Também haverá a implantação de projeto de iluminação e uma nova área de convivência para a comunidade.

Segundo a arquiteta e urbanista Anna de Grammont, responsável pela gestão da restauração da Capela de Santo Antônio, os projetos foram elaborados pela prefeitura, que inscreveu o templo histórico no edital do Fundo de Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça. Aprovada, a obra terá os recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por meio do PAC de Cidades Históricas.

O anúncio do início das obras de restauração era aguardado desde 2020. Durante estes dois anos, o projeto de restauração passou pela análise da equipe da Caixa Econômica Federal, para enfim liberar o recurso. 
 
Na cerimônia de assinatura da ordem de serviço, o prefeito interino Juliano Gonçalves (Cidadania) disse que as obras de restauração da Capela de Santo Antônio terão a parceria da Secretaria de Obras e Planejamento, Secretaria de Patrimônio Histórico e Cultura, Iphan, Câmara Municipal de Mariana e Caixa Econômica Federal que vai administrar o convênio.
 
“É o esforço de muitas pessoas para que esse grande projeto seja possível, estamos com mais três imóveis na cidade com início de restauração em breve”. 
 


Primeira missa no local foi em 1696

Implantada no Largo de Santo Antônio, no alto do morro de mesmo nome, primeiro foi erguida uma pequena ermida dedicada à Nossa Senhora do Carmo, que logo se transformou na primeira igreja do arraial em formação. Foi nessa estrutura que foi celebrada a primeira missa do município, pelo padre Gonçalves Lopes, no dia 16 de julho de 1696. Os 326 anos de história ainda resistem às deteriorações do tempo e mesmo em situação precária a capela ainda recebe os fiéis nas celebrações das missas.

Anna de Grammont conta que a capela foi construída em três etapas. A obra e teve início em 1701 por Salvador Fernandes Furtado, fundador de Mariana. Em 1762, teve os retábulos, púlpitos, arco cruzeiro e porta principal vendidos à Ordem Terceira de São Francisco e em 1768, foi cedida à Irmandade do Rosário, depois de ser erguida a nova matriz, dedicada à Nossa Senhora da Conceição.

"O templo religioso e cultural possui uma enorme representatividade para a comunidade local, que já se apropriou deste bem", detalha Anna. 

Segundo a arquiteta, o entorno possui tombamento em nível federal, datado de 14 de maio de 1938 quando o extinto Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) – que deu lugar ao Iphan – procedeu com a proteção legal do conjunto arquitetônico da cidade.
Interior da Capela de Santo Antônio
Mesmo em estado precário, a Capela de Santo Antônio se manteve aberta para os fiéis (foto: Divulgação/prefeitura de Mariana)

Intervenções passadas
De acordo com Anna de Grammont, algumas informações importantes à compreensão do atual estado de conservação da Capela foram levantadas  em pesquisas.

As duas últimas maiores intervenções das quais se têm registros foram realizadas, respectivamente, nos anos de 1999 e entre 2005 e 2006. Na primeira, feita pela Escola de Artes e Ofícios São José, foi feita a substituição do forro e a prospecção pictórica das paredes internas.

Na segunda intervenção teve a substituição do engradamento do telhado e novas telhas utilizadas como canal foram trocadas, enquanto as capas foram mantidas. Também em 2005 foi substituída a porta de acesso principal à capela. As demais foram apenas ações de manutenção e conservação básicas, como caiação das alvenarias e limpeza do local.


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