Um dos pontos turísticos mais frequentados da capital mineira, a orla da Lagoa da Pampulha está em obras há cerca de sete meses. Com início em julho do ano passado, o Projeto Cicloviário da Pampulha prevê a revitalização da ciclovia de 7,1 quilômetros de extensão, entre a rua Garopas, no bairro Jardim Atlântico, e o Clube Belo Horizonte, no bairro Bandeirantes.
O prazo máximo para a conclusão das obras é 10 meses. Faltando pouco menos de três meses para a data estipulada, no entanto, ainda não é possível notar sinais de um possível término da intervenção, tampouco a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sinaliza com alguma previsão.
Em nota, a PBH afirma que houve um atraso na intervenção, provocado pelas chuvas do início do ano. De acordo com a gestão municipal, "desde o dia 29 deste mês, as intervenções acontecem na Av. Otacílio Negrão de Lima, no trecho entre a Alameda das Palmeiras e Av. Santa Rosa".
No primeiro trecho da orla da Lagoa da Pampulha, na Av. Otacílio Negão de Lima, entre a Rua Garopas até a Barragem da Pampulha, em estágio avançado das obras, estão sendo implantados cinco redutores de velocidade.
Projeto tem orçamento de R$ 5 milhões
Orçado em R$ 5 milhões, o projeto tem o objetivo de requalificar toda a extensão da ciclovia, com adequações geométricas e de sinalização horizontal e vertical.
Além de elevar a estrutura ao nível da calçada, a pista de bicicletas será alargada em 2,5 metros e separada da pista de caminhada já existente por uma área de jardim. A ideia é ampliar a segurança tanto do ciclista, quanto do pedestre.
Haverá, também, a readequação de toda a microdrenagem nos 7,1 quilômetros de extensão.
Segurança dos ciclistas
A criação de ciclovias nos centros urbanos e rodovias têm o potencial de reduzir, significativamente, o número de acidentes envolvendo ciclistas. A delimitação do espaço para as bicicletas e os carros pode salvar vidas.
Somente em 2021, ciclistas corresponderam a quase 6% das vítimas de acidentes atendidas no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. É o que revela um estudo feito pela Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), publicado em agosto do ano passado.
Entre os anos de 2015 e 2021, o número de atendimentos a ciclistas vítimas de acidentes aumentou 72%.
No último ano, em âmbito nacional, segundo a pesquisa Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), houve um aumento de 30% nos acidentes graves com ciclistas.
“Esses dados demonstram a importância de termos atenção e iniciativas focadas nesse público. O uso da bicicleta cresceu no Brasil e exige uma abordagem de prevenção ao sinistro”, avaliou o médico Antonio Meira Júnior, presidente da Abramet.
Em publicação no site da Associação, o médico ressaltou que foram analisados dados oficiais do Datasus e do Ministério da Saúde.