Os motoentregadores por aplicativo, motoboys celetistas e autônomos planejam uma paralisação para reivindicar melhores condições de trabalho, nesta sexta-feira (1°/4), em Belo Horizonte.
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A concentração da primeira vai começar às 9h, na Praça da Savassi, Região Centro-Sul da capital. Segundo Leite, o local foi escolhido por ter uma grande concentração de motoentregadores.
“O objetivo é recrutar os entregadores, inclusive nas portas de shoppings. A maior demanda de entregas da região está concentrada ali. Posteriormente, às 15h, haverá uma manifestação na Praça da Estação, contra todos os abusos e as práticas que têm prejudicado a categoria.”
Ele ressalta que, além dos entregadores que prestam serviços para os aplicativos, existe uma outra classe que também está sofrendo com a crise econômica.
“Estamos falando muito dos aplicativos, mas temos uma classe que são (entregadores) celetistas que também estão sofrendo, além dos lojistas, com os abusos e não podem parar às 9h. Esse pessoal trabalha em restaurante, fazendo entrega e têm o salário deles. Se eles pararem, o que já não está bom vai piorar. Por isso, estamos fazendo a manifestação das 15h para que eles possam estar junto com a gente.” De lá, os manifestantes devem seguir para a Praça Sete, segundo Leite.
O presidente da associação lembra que os aplicativos prejudicam ainda os donos de estabelecimentos. “O aplicativo não está atrapalhando apenas quem presta serviços para ele. Está atrapalhando quem está fora também. Se uma pessoa faz um pedido de R$ 100, o aplicativo leva R$ 30 do estabelecimento. Tem alta da carne, o combustível também está impactando nas lojas e o lojista ainda paga o entregador. Está insustentável para todo mundo.”
Reivindicações
Leite lista as demandas da categoria. “A primeira coisa que estamos pedindo é respeito das plataformas. A segunda é um reajuste que seja baseado e calculado acompanhando o preço da gasolina. Nas contas da associação, esse reajuste deveria ser, no mínimo, de 40%.”
Os motoentregadores também querem o fim das entregas duplas. “Têm duas entregas distintas para fazer no mesmo prédio ou na mesma rua, ele (aplicativo) paga só uma. Existe uma metragem, mas o cara faz dois serviços e recebe por um.”
Outra reivindicação é o fim da entrega agendada. “A pessoa está com a intenção de jantar às 20h e agenda para que o pedido chegue neste horário na casa dela. Para garantir isso, o entregador tem que ficar disponível, muitas vezes, uma hora. Ele fica uma hora parado, esperando para entregar esse pedido.”
“Queremos também que o pedido caia, no aplicativo, para o entregador, quando ele já estiver pronto. Em qualquer entrega, o entregador fica entre 30 e 40 minutos esperando o preparo da comida. Olha o tempo que ele fica ocioso, além de não poder usar o banheiro dos estabelecimentos. Em muitos locais, ele não pode ficar nem na porta do estabelecimento. Não existe uma estrutura adequada que permita a ele fazer essa espera”, conclui.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira