Os metroviários de Belo Horizonte decidiram, em assembleia nesta quinta-feira (31/3), pela manutenção da greve por tempo indeterminado. A categoria está paralisada desde 21 de março, e o metrô da capital não circula nos horários de pico desde então.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cerca de 70 mil passageiros são afetados em dias úteis pela greve do metrô. Durante o período de paralisação, o transporte tem circulado apenas das 10h às 17h.
Os funcionários criticam o processo de privatização do metrô de Belo Horizonte. A categoria reivindica que a estabilidade dos cargos seja mantida após a concessão do transporte à iniciativa privada ou que os trabalhadores sejam realocados para outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos CBTU.
O Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) afirma que a proposta feita pelo governo federal, que coordena o processo de desestatização, não foi condizente com os pedidos da categoria.
“A proposta não tem nenhum cabimento. Apareceram agora com um aumento de salário e falando que se a gente acabasse com a greve, eles aumentariam o salário. Só que nossa greve não é por isso, então recusamos a proposta”, disse o diretor de imprensa do Sindimetro, Pablo Henrique Azevedo.
O governo federal já chegou a oferecer aos metroviários uma estabilidade de 12 meses nos cargos após a concessão. A proposta, no entanto, foi considerada insuficiente pelo sindicato.
A CBTU afirma que não coordena a privatização do metrô e que o horário de funcionamento definido pelo movimento grevista causa transtornos para o transporte público de BH e Região Metropolitana.
De acordo com a companhia, uma multa de R$ 30 mil diários, definida pelo Tribunal Regional do Trabalho, está sendo cobrada dos trabalhadores. Nesta quinta, portanto, o valor acumulado já chegou a R$ 330 mil.