Jornal Estado de Minas

MANIFESTAÇÃO

Entregadores por aplicativos fazem protesto em BH nesta sexta-feira


 
Entregadores por aplicativo fazem protesto na Região Central de BH nesta sexta-feira (1°/4). Pela manhã, eles se concentraram no calçadão da Savassi. Já à tarde está prevista uma motociata saindo da Praça da Estação, a partir das 15h. A expectativa é de que a paralisação continue durante o final de semana. 




 
 

O movimento reivindica um reajuste das taxas de entrega, o fim das entregas duplas, da possibilidade de agendamento dessas entregas e de que o entregador seja avisado quando o pedido estiver pronto, para evitar o tempo ocioso de espera. Além disso, eles reclamam da falta de estrutura nos estabelecimentos para esperar pelos pedidos

O entregador Campos, de 35 anos, trabalha com entregas desde 2017. 

“A condição que eles estão nos oferecendo é muito aquém do que a gente merece e precisa. Era pra nossa classe ter sido mais valorizada, o preço que eles pagam é bem abaixo, mesmo com o reajuste que será feito amanhã. Aumento da gasolina, peça de moto, mão de obra e os gastos do dia” conta o entregador, que diz não ter aceitado nenhum pedido hoje. 



Uma entregadora que também preferiu não se identificar por medo de represália, de 36 anos, trabalha com entregas desde 2020. 





“Tem dois anos que trabalho cerca de 12 horas por dia. Sofri um acidente de trabalho em novembro do ano passado e fiquei até fevereiro afastada. Logo que acionei o seguro me pediram os relatórios médicos e 30 dias para análise. Depois desse prazo, eles não retornaram. Entrei em contato e me foi informado que todos os entregadores do IFood estão excluídos da cobertura em Belo Horizonte. A cobertura é só para as regiões de SP, Curitiba e Goiás”, relatou.


 
Patrick Bastos, de 42 anos, trabalha com entregas desde 2018. “Trabalhava pra Glovo e tinha direito a hora parada. Ganhava R$ 15 e depois reduziu pra R$ 10. Com a entrada do IFood e Rappi, a Glovo saiu do mercado”. Quando começou a trabalhar para esses aplicativos, houve a precarização dos serviços e de tarifas. 



Ele conta que pegou COVID três vezes durante a pandemia, mandou o laudo, o exame e nenhum deles respondeu. 

“Eu vim pra manifestação pq além da precarização diminuíram as taxas de entrega. Reclama do agendamento. Isso é ruim pq se você não reservar o horário, não trabalha, obrigando você a ter disponibilidade total para eles.”

Outra reclamação é da entrega dupla. “Você faz duas entregas e recebe por uma só.”