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Estado de Minas PANDEMIA

PBH mantém obrigatoriedade de máscaras e diz que segue 'avaliando normas'

Após o Governo de Minas informar que pretende desobrigar o uso das máscaras em locais fechados em 1º de maio, PBH não revela se seguirá posicionamento estadual


01/04/2022 17:28 - atualizado 01/04/2022 18:10

Fila para entrar no ônibus em BH
Flexibilização do uso de máscaras poderia desobrigar utilização do acessório em ônibus e demais locais fechados (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

Após o Governo de Minas afirmar que prevê avançar na flexibilização de restrições sanitárias e adotar a desobrigação do uso de máscaras em ambientes fechados já a partir de maio, cabendo aos municípios dar a 'palavra final', a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se posicionou sobre o tema.

Por meio de nota, a secretaria de saúde da capital se limitou a informar que mantém os protocolos vigentes 'no momento', mas que "as normas são constantemente avaliadas, sempre de acordo com a atual situação epidemiológica da cidade e com o objetivo de garantir a assistência da população".

Com o avanço da vacinação e a queda nos indicadores da doença no estado, o governo estadual anunciou, em março, a desobrigação do uso das máscaras para ambientes abertos e estipula meta para locais fechados. Nesta sexta-feira, o secretário estadual de Saúde Fábio Baccheretti revelou que a mudança nessa última exigência pode ser revista já a partir de 1º de maio.

Segundo o secretário, a decisão foi tomada com base nos indicativos da doença em Minas Gerais. Nas últimas 24h, foram registradas 29 mortes e 3.091 novos casos no estado. Baccheretti ainda ressaltou que a nova cepa do vírus (BA.2), tampouco apresenta indicativos de possível piora do cenário ou uma nova onda.

De acordo com o infectologista Adelino Freire Junior, considerando a análise dos indicadores, que estão em queda, se apresenta um cenário favorável para o estudo e aplicação dessas flexibilizações. O especialista ressalta que, apesar do aparente controle, é 'difícil dizer se está cedo' para que se tome essa medida.

"É difícil dizer se está cedo. Temos visto uma segunda onda de Omicron, relacionada com a BA.2, e é possível que isso chegue aqui também. Mas todas essas flexibilizações são possíveis de serem revertidas, como já foi feito em outros momentos e pode também ser feito agora. Caso esse tipo de ocorrência, com volta do aumento no número de casos seja significativo, é necessário que faça como foi feito em outros países. Europeus fizeram a flexibilização e foram acometidos por essa nova onda de Omicron e tiveram que recuar, voltando a preconizar máscaras em locais fechados e alguns até em locais abertos", analisa.

Freire Junior cita que ainda é preciso acompanhar os novos dados dessa variante e que o comportamento errático da doença requer cautela. Caso os números sigam realmente em queda, o infectologista entende que a flexibilização é o caminho natural, mas sempre mantendo a possibilidade de um recuo nas restrições.

"Depende muito do que vai acontecer, pois o comportamento (das variantes) é, de certa forma, errático. Não conseguimos adivinhar o que vai acontecer. Vamos lembrar de quando tivemos a Delta, em meados do ano passado e que teve impacto absurdo em países como Estados Unidos e Europa. Nós esperávamos que tivéssemos também um impacto enorme (no Brasil) e não tivemos esse impacto esperado. Havíamos tido uma onda de Gama recentemente, aquela variante amazônica. É difícil dizer. Nem todos os países estão tendo o mesmo impacto quanto à BA.2. Alguns têm acometimento mais significativo, outros menos. Temos que monitorar e ter acompanhamento rigoroso dos dados epidemiológicos para tomadas de decisão", aponta.

Em Belo Horizonte, o último Boletim Epidemiológico diário divulgado pela prefeitura nessa quinta-feira registrou novos 1.357 casos da doença e 14 mortes em 24 horas. Os indicadores da pandemia permanecem no estágio verde e ainda apresentam pequenas oscilações de queda. A taxa de transmissão do coronavírus recuou de 0,90 para 0,89. A taxa de ocupação nas UTIs recuou de 27,9% para 24,3%. Nas enfermarias, declinou de 23,9% para 22,6%.

Ainda na nota, a PBH reforçou que "a utilização da máscara continua obrigatória em ambientes fechados, inclusive em festas em geral, escolas, academias, coletivos e outros transportes públicos, prédios, comércios, shows, cinemas, teatros e outras casas de espetáculos, além de eventos corporativos".

É possível efetuar a flexibilização por partes, começando a desobrigar o uso de máscaras primeiro em ambientes maiores e com menor circulação de pessoas, para depois liberar todos os espaços? Com a palavra, o especialista.

"Na minha opinião, quando a gente coloca muito critério para liberar, seja por quantidade de área, número de pessoas, vai ficando mais difícil de controlar, de regular. Claro que faz todo sentido e, se fosse possível implementar dessa forma, seria o ideal. Você limitar a quantidade de pessoas, por exemplo, no cinema ou no teatro, em que as pessoas possam ir sem máscaras, mas que não se tenha lotação completa. Esse tipo de situação é possível? Sim, mas quando consideramos que o risco persiste e que é significativo de transmissão, o argumento para se fazer esse tipo de concessão é menor e acho que a dificuldade de fiscalizar esse tipo de situação em relação à metragem ou quantidade de pessoas é mais difícil. Acaba sendo mais fácil você preconizar que em todos os locais se use do que fazer a diferenciação. Acaba sendo mais prático", argumenta Adelino Freire Junior.


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