Com o objetivo principal de apresentar a produtores locais técnicas de conservação do solo e adubação, sete professores de várias áreas da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, realizaram uma missão na República do Mali, na África Ocidental – uma nação que, assim como o Brasil, é grande produtora de algodão.
A capacitação para o trabalho levou um pouco de esperança em meio a uma série de limitações na produção agrícola naquela região. Uma delas é relacionada ao clima impróprio, já que parte do país está localizada no deserto do Saara. Para propor algumas soluções e capacitar os trabalhadores da terra, os docentes chegaram a Mali no domingo (27/3), onde permaneceram até esse sábado (2/4), quando retornaram ao Brasil.
Além dos campos de plantio experimentais para auxiliar na produção do algodão, foram realizadas discussões do que pode ser feito para o bem-estar da população, como alternativas simples para melhorar a alimentação, o sistema de saneamento básico, entre outras questões que resultem na diminuição do índice de mortalidade no país.
Missões começaram em 2018
O algodão é uma planta rústica em termos de exigência de água, mas essas dificuldades climáticas fazem com que a produção fique prejudicada. Por isso, em 2018, o país buscou parcerias para ajudar a resolver esses problemas. Conforme a universidade, desde aquele ano são realizadas missões em Mali, mas a iniciativa foi interrompida devido à pandemia e retornou em 2022.
Ainda segundo a instituição de ensino, a missão dos docentes no país africano tem apoio da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e da Companhia Malinense de Desenvolvimento Têxtil. Com essas duas entidades, alguns projetos começaram na Ufla em 2014.
“Por meio desses projetos, há a colaboração com outros países, especialmente os tropicais em situações semelhantes as do Brasil, para troca de experiências. Lembrando que o nosso país é líder em tecnologias agropecuárias”, comenta o coordenador do projeto na Ufla, professor João José Granate de Sá e Melo Marques.
De acordo com a Ufla, estiveram presentes na missão professores dos departamentos de Engenharia Agrícola (Andrea Aparecida Ribeiro Correa), Engenharia Ambiental (Camila Silva Franco), Ciência do Solo (Guilherme Lopes, Junior César Avanzi, Luiz Roberto Guimarães Guilherme e Marx Leandro Naves Silva) e Ciências da Saúde (Túlio da Silva Junqueira).
Ao todo, o projeto prevê entre três e quatro missões em Mali, por ano, durante cinco anos.