Uma quadrilha que aplicava, há mais de um ano, o golpe do primeiro emprego, em que os candidatos tinham de pagar por curso preparatório falso, foi desmantelada pela Polícia Civil, que cumpriu nas últimas 24 horas mandados de prisão de cinco pessoas. A falsa empresa funcionava no Barro Preto, em Belo Horizonte, e teria causado prejuízo a pelo menos 100 pessoas. Os presos são um homem de 32 anos, dois de 30, uma mulher de 32 e outra de 28. Foram cumpridos, também, seis mandados de busca e apreensão.
Leia Mais
Homem abre empresa em nome da mãe para alugar equipamentos furtadosGolpe no iFood? Usuários relatam restaurantes que cobram e não entregamMulher conhece homem pelo TikTok, divorcia do marido e perde R$ 20 milPM lança operação de segurança na região de Venda Nova
O caso foi investigado por policiais da 3ª Delegacia Regional Centro, com coordenação da delegada Lígia Montovani. A ousadia era a marca da quadrilha, segundo contou a delegada, pois eles iam a escolas municipais e estaduais, ou seja, em busca de candidatos cujas famílias eram de baixa renda, onde conversavam com os diretores, oferecendo vagas de empregos.
“A quadrilha tinha um cabeça, o idealizador do golpe. Além dele, eram dois sócios que ficavam com percentuais dos golpes. É como se fosse uma franquia. Além deles, uma mulher era encarregada de encontrar candidatos e fazer o encaminhamento dos golpes. E o quinto integrante era a pessoa que montou uma plataforma EAD on line, que acabava por convencer os candidatos. Eles alegavam que tinham a vaga para o candidato, mas, no fim, essa vaga nunca existiu”, conta Lígia Montovani.
As vítimas eram sempre jovens entre 14 anos e 21 anos. “Era sempre com a oferta de uma vaga de menor aprendiz”, diz ela. "Todos estavam em busca do primeiro emprego."
Os golpes, segundo a delegada, eram de R$ 2 mil, R$ 1,5 mil. “E chegaram a aceitar, até mesmo, um de R$ 300.” O que importava, segundo ela, era que conseguissem o dinheiro.
Por enquanto, 13 vítimas foram identificadas. No entanto, ela acredita que sejam muito mais, pois, por mês, o idealizador recebia cerca de R$ 20 mil livres. “Se lhe repassavam esse total, imagina quanto não estariam arrecadando.”
As investigações tiveram início há cerca de um ano, no entanto, foi a partir de uma funcionária contratada recentemente, uma menor aprendiz, que os policiais conseguiram chegar aos envolvidos no golpe, pois eles não apareciam, só as funcionárias. A falsa empresa tinha, até mesmo, um motoboy, que era encarregado de receber e buscar dinheiro nas casas das vítimas.