Tradicional celebração penitencial do clero, com a presença de mais de 300 sacerdotes, ocorreu na manhã de ontem na Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os religiosos trabalham nas paróquias dos 28 municípios que integram a Arquidiocese de Belo Horizonte e se reuniram no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais. O último encontro foi em 2019, com interrupção devido à pandemia. Com orações e meditação, os participantes fazem a preparação para a semana santa, que começa amanha, domingo de ramos. Nas cidades mineiras, haverá uma extensa programação de missas, ritos, procissões e outras atividades até a Páscoa, no dia 17.
Durante o encontro que começou às 10h30, e teve missa na sequência presidida pelo arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo na Basílica Estadual das Romarias – a maior igreja do santuário –, os padres se dividem em duplas para o exercício da confissão, sacramento da Igreja Católica. Um gesto essencial à conversão, expressão de arrependimento e de humildade, reconhecendo os limites humanos.
"O retorno deste encontro aqui na Serra da Piedade, após três anos, representa fortalecimento espiritual. A Igreja faz o serviço espiritual e humano, e os sacerdotes precisam deste momento para trabalhar nas comunidades de fé, juntamente com outros servidores, ministros e evangelizadores, e anunciar o reino de Deus", disse dom Walmor. "Então, temos aqui os que cuidam se cuidando, e os que perdoam procurando o perdão."
RETIRO ESPIRITUAL O arcebispo explicou que os católicos vivem agora a Semana das Dores, com a preparação "no modo mais profundo" para a vivência da semana maior (semana santa), com a oportunidade "da experiência de um retiro espiritual nas comunidades de fé para as cerimônias da morte e ressurreição de Cristo. "Esses momentos clareiam nossa mente e nos colocam no caminho do reino de Deus."
O reitor do santuário, padre Wagner Calegário, destacou que a peregrinação não representa apenas manter uma tradição com mais de 50 anos. “Temos muitos desafios após a pandemia, que significou quase um exílio. Sentimos a falta do povo. Trabalhamos pelo fortalecimento das pessoas que vivem num mundo cada vez mais dilacerado por discórdia e ganância.”
De acordo com a Arquidiocese de Belo Horizonte, a celebração penitencial do clero ocorre sempre na sexta-feira que antecede as cerimônias da Paixão de Cristo. Os padres se confessam em duplas ao ar livre – um ouvindo o outro, num gesto de humildade, reconhecimento dos pecados e das limitações. A partir de agora, os padres têm à frente uma maratona de atividades, que se multiplicam em público devido às atividades presenciais.