A Procissão do Encontro, principal evento da Semana Santa em Montes Claros, no Norte de Minas, voltou a ser realizada na manhã desta Sexta-Feira (15/04), depois de dois anos suspensa, devido à pandemia do Coronavírus.
Retomando a tradição, os homens saíram da Catedral Nossa Senhora Aparecida, levando à frente a imagem de Nosso Senhor dos Passos, enquanto as mulheres partiram da Matriz de Nossa Senhora e São José, conduzindo à frente a imagem de Nossa Senhora das Dores.
O "encontro" de homens e mulheres ocorreu na Praça Flamarion Wanderley, no Bairro São José, onde as duas imagens foram aproximadas, representando o encontro de Jesus e Maria rumo ao Monte Calvário, onde foi crucificado.
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Arquidiocese vaga
Outro fato novo na primeira Procissão do Encontro "pós-pandemia" em Montes Claros foi que, no ponto alto do ato religioso, na aproximação das imagens de Nossa Senhora das Dores e Nosso Senhor dos Passos, na Praça Flamaryon Wanderley, não houve leitura de passagem bíblica por uma liderança católica. O comando da Arquidiocese de Montes Claros está vago desde 10 de fevereiro, quando o arcebispo João Justino de Medeiros, que respondia pela instituição católica de Montes Claros, assumiu a Arquidiocese de Goiânia (GO), por nomeação do Papa Francisco.Eleito por um "conselho de consultores", o monsenhor Silvestre José de Melo assumiu como administrador da Arquidiocese de Montes Claros durante o período de vacância ("sede vacante") até a nomeação do novo arcebispo.
Mas, o monsenhor Silvestre não participou da celebração da Procissão do Encontro, nesta Sexta-Feira, devido a compromissos na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Bairro Todos Santos), onde atua como colaborador, de acordo com informações da Igreja Católica.
Durante o ponto alto da Procissão do Encontro, primeiramente, coube à leiga Adriana Brant Cabral fazer o comentário do "momento espiritual". Ela abordou a importância da Campanha da Fraternidade de 2022, cujo tema é "Fraternidade e Educação", com o lema bíblico "Fala com sabedoria, ensina com amor".
Na sequência, o arcebispo emérito de Montes Claros, dom José Alberto Moura, que participou da tradição como "colaborador" - já que está aposentado, destacou a relevância da fraternidade da representação a encontro de Jesus com Maria, antes da crucificação.
"Se a fraternidade for só interesse numa convivência, nós não vivemos realmente a fraternidade que nos leva à promoção da vida e da dignidade humana", afirmou o arcebispo emérito.
"Jesus nos ensina que somente com a doação de si que nós conseguiremos um mundo melhor. Maria educou o seu filho para isso. E que ela também nos ajude a sempre vivermos no compromisso batismal, para darmos tudo de nós para o bem dos semelhantes, principalmente, dos excluídos, dos rejeitados, dos segregados, do que passam fome, que passam frio, que passam necessidades básicas, até de moradia, até de estudos, até de transporte, até de (não) serem entendidos e (não) serem amados e apoiados", completou dom José Alberto Moura.