Jornal Estado de Minas

MINERAÇÃO

Samarco recorre à Justiça para homologar plano de recuperação


A mineradora Samarco entrou com pedido na 2ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, para homologar o plano de recuperação judicial proposto pela empresa e rejeitado na Assembleia Geral de Credores, na segunda-feira. Na votação, os credores financeiros também conseguiram o direito de apresentar um plano alternativo até 18 de maio, o que foi criticado pela companhia.





“Foram apresentadas cinco versões do plano, que sempre refletiram a evolução das negociações, bem como instrumentalizam – em grande parte – os requerimentos dos credores, evidenciando os esforços da Samarco em compor com os mais diversos interesses e expectativas”, afirmou a mineradora.

A companhia também solicitou ao TJMG que seja realizada nova assembleia para deliberação do plano, caso o pedido de homologação da recuperação judicial não seja aceito pelo órgão. “Os termos propostos pelos fundos (credores) são baseados em projeções financeiras completamente dissociadas da realidade da Samarco e do mercado de mineração como um todo, colocando em risco iminente a segurança das operações e a continuidade da empresa”, ponderou a mineradora. A Samarco declarou ainda que os credores financeiros rejeitaram “toda e qualquer tentativa de negociação”, desde maio do ano passado, após a empresa entrar em recuperação judicial.

De acordo com informações publicadas pela empresa em seu site, o pedido de recuperação judicial tem o objetivo de reestruturar sua dívida, que é, em sua maior parte, financeira e detida por fundos estrangeiros especializados em compra de títulos de dívida. “Durante todo o processo, manteremos as atividades atuais de produção e demais operações regulares. Assim, não haverá interrupção ou qualquer alteração das medidas de reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão”, diz o texto publicado pela empresa. Ainda de acordo com o texto da empresa, a Samarco tem aproximadamente R$ 50 bilhões de dívidas financeiras que estão sujeitas à recuperação judicial.