Jornal Estado de Minas

Praças de BH

Cristo Redentor em BH? Espaço atrai público e espera R$ 1 mi em obras

Caminhar pela manhã na Praça do Cristo Redentor, na Região do Barreiro, inclui poder aproveitar uma brisa agradável no ponto elevado do Bairro Milionários. É um espaço para praticar atividades físicas, mas que também obriga os visitantes a se desviarem de copos plásticos, embalagens de comida e muitos, muitos cacos de vidro espalhados pelo chão.



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A praça, caracterizada especialmente pela presença de uma grande estátua do Cristo, inspirada no monumento carioca, também é um ponto movimentado durante a noite. Rodeado de bares e lanchonetes, o espaço reúne muitos frequentadores, que comem e bebem durante os encontros no local. Um dos reflexos é a sujeira que fica para trás

Para Antônio Cláudio, frequentador da praça no Barreiro, falta consciência de visitantes e estrutura para coleta do lixo (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

“Essa é uma praça muito conhecida na região do Barreiro, então ela atrai muita gente de fora e o pessoal que vem não a trata bem. A gente chega na segunda-feira aqui e tem caixa de pizza, sanduíche, embalagem de todos os tipos, garrafa quebrada, copo... As pessoas consomem seus produtos e jogam no chão. Por outro lado, a praça não tem um sistema de coleta de lixo satisfatório para dar conta da demanda de gente que a frequenta”, avalia o professor Antônio Cláudio Ferreira, de 50 anos, que diz se preocupar principalmente com animais e crianças que visitam o lugar.

A Prefeitura de BH informou que uma licitação foi aberta para revitalizar a Praça do Cristo Redentor, com um investimento previsto de mais de R$ 1 milhão. O espaço passará por demolições e recuperação de pisos e estruturas, drenagem, paisagismo, acessibilidade e instalação de equipamentos.

UNIÃO DE COMERCIANTES 

Na Praça Manoel de Souza Barros, no Bairro Castelo, na Região da Pampulha, donos de food trucks tiveram que encontrar uma solução do próprio bolso para ajudar a manter o público no espaço. Um grupo de comerciantes que trabalha no lugar nas noites de quarta-feira se uniu para oferecer um banheiro químico aos clientes.





“Já tem muitos anos que eu trabalho com isso, e acho as praças muito desleixadas. Vi essa necessidade de ter um banheiro, porque não tem como a pessoa ir para a praça umas 19h e sair ´`as 22h sem precisar disso. Contratei um serviço de eventos que faz o transporte e a limpeza do banheiro e ele fica à disposição das pessoas”, conta José Alfredo, que tem um food truck que vende cerveja na praça.

Os clientes podem deixar uma contribuição para os cinco comerciantes que trabalham na praça e dividem a conta do banheiro químico. José Alfredo conta que, quando não conseguem os R$ 220 necessários para pagar a empresa de eventos, o valor restante é rateado entre os integrantes do grupo.

PAMPULHA 

Às margens da Lagoa da Pampulha, a Praça Geralda Damata Pimentel é o ponto escolhido por quem gosta de se exercitar ao ar livre e também para quem quer aproveitar o espaço aberto para encontrar amigos e se reunir perto dos vários carros e barracas com comida que funcionam no espaço.





Em alguns pontos do local, porém, há estruturas danificadas e com sinais de que são usadas como abrigo. Dentro de salas que ficam nas laterais da praça, é possível ver colchões, cartelas de remédio e aposentos sanitários em péssimas condições de higiene.

Investimento previsto para obras e limpeza

A Prefeitura de Belo Horizonte informa que há um investimento previsto de R$ 21,5 milhões para a conservação e limpeza das praças, jardins e canteiros centrais para o ano de 2022. Em entrevista ao EM, quando questionado sobre projetos para atrair o público para ruas, praças e parques de BH, o novo prefeito, Fuad Noman, afirmou que uma das preocupações de sua gestão é levar o público de volta para as ruas, fazendo com que os cidadãos se reapropriem dos espaços públicos.

Praça Manoel de Souza Barros, no Bairro Castelo: donos de food trucks se mobilizaram para proporcionar banheiro químico (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

“Estamos trabalhando na montagem de um modelo, de um programa. Ainda não tem um nome, mas pensei em algo como 'Belo Horizonte mais feliz', porque de fato precisamos disso. Temos que colocar as crianças na rua, fazer atividade física, passeio de bicicleta. Criar shows dentro da cidade, da periferia. Com isso, além de lazer, também abre oportunidade ao vendedor de pipoca, de picolé, ou seja, gerar demanda para pequenos negócios. Também quero enfeitar a cidade, colocar mais árvores, deixá-la mais limpa, mais bonita”, afirmou o prefeito.

Ao todo, BH tem 806 praças, que são supervisionadas pelas nove gerências regionais de manutenção da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Segundo a prefeitura, nesses espaços são feitos regularmente serviços de limpeza, irrigação, podas de vegetação, recuperação e pintura de pisos, colocação de bancos e lixeiras, roçagem dos gramados, paisagismo e plantio, além de melhorias na acessibilidade, de acordo com a necessidade apresentada em cada local.