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Estado de Minas ONDE ESTÁ O BACURAU?

Projeto voltado para MG tenta amenizar ameaça de extinção do bacurau

A ave bacurau-de-rabo-branco está ameaçada de extinção nos três estados do país em que ela vive; biólogo explica quais são os principais motivos dessa ameaça


25/04/2022 14:58 - atualizado 25/04/2022 16:47

bacurau-de-rabo-branco
O bacurau-de-rabo-branco tem hábitos noturnos e depende de um ambiente muito específico para sobreviver (foto: Reprodução/wikiaves.com.br)
Atualmente, a ave bacurau-de-rabo-branco, que vive no cerrado brasileiro, com registros nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, consta nas listas oficiais das espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente e também da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Diante do preocupante cenário, o ideal, segundo especialistas, seria que todos os estados recebessem projetos com o objetivo de encontrar novas populações da espécie, a fim de identificar as principais ameaças nas regiões que ela habita, com propostas de ações para a sua conservação e, assim, auxiliando na redução do seu status de ameaça de extinção.
 
O projeto, denominado "Onde está o bacurau?" e que busca auxiliar na redução do status de ameaça de extinção encontrando novos grupos da ave no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, recebeu no final da semana passada mais de R$ 260 mil em recursos da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande.
 
O termo de destinação de R$ 260.060,00 ao projeto, que tem duração de 24 meses, foi assinado pela Prefeitura de Uberaba e Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), responsável pelo estudo.
 
“Apesar de os recursos voltados ao entendimento da natureza ainda serem poucos no Brasil, todo recurso destinado à conservação e pesquisa é muito importante; seja ele qual for a quantia. Espero que esse recurso possa favorecer um pouco a um melhor entendimento da espécie, ou seja, como ela está distribuída na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba”, considerou o biólogo/ornitólogo André Grassi Corrêa, que tem mestrado em Ecologia de Ecótonos.
 
Segundo o promotor Carlos Valera, o recurso para o projeto do Triângulo Mineiro veio de medidas compensatórias, impostas àquelas pessoas que transgrediram as normas ambientais.

“A penalização veio por meio de um ajustamento de conduta e os recursos passam a beneficiar a população que sofreu aquele crime ambiental”, complementou.

Queimadas e conversão do cerrado em pastagem e plantios

De acordo com o biólogo André Grassi, que atua como guia de observação de aves na Brazil Birding Experts , as principais ameaças para o bacurau são as queimadas e a conversão do cerrado em plantios de eucaliptos, pastagens, soja, cana-de-açúcar, entre outras culturas.
 
“Essa espécie de ave com hábitos noturnos depende de um ambiente muito específico, num subsistema de campo limpo abundante e com cupinzeiros”, complementou.
 
Além disso, Grassi explica que é importante também destacar que a espécie leva esse critério de ameaça porque tem uma população pequena, localmente distribuída e porque tem perdido seus hábitos naturais.
 
“A espécie só existe em três estados do Brasil e bem localmente, ou seja, na região do Triângulo Mineiro e na região do Parque Nacional das Emas (que abrange os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul)”, finalizou o biólogo.


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