Jornal Estado de Minas

CRISE NO TRANSPORTE

Prefeitura convoca empresas de ônibus para debater redução de viagens em BH

Diante de mais um capítulo da crise do transporte público em Belo Horizonte, a prefeitura da capital anunciou a convocação de uma reunião com as empresas de ônibus para buscar uma solução que não prejudique quem precisa se movimentar pela cidade. Nesta sexta-feira (29), usuários já começaram a sentir na pele a redução da circulação de coletivos, anunciada pelas empresas do setor na quinta-feira (28).





O Executivo Municipal não informou a data e o horário da reunião, que será organizada pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob). A assessoria da prefeitura apenas informou que divulgará o resultado da negociação caso alguma decisão seja tomada.

A reportagem procurou o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), que também não informou detalhes sobre a reunião.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que foi surpreendida com o anúncio da redução de ônibus fora dos horários de pico feito pelo consórcio Transfácil, formado pelas concessionárias do transporte da cidade. O prefeito Fuad Noman (PSD) classificou a decisão das empresas como uma “maldade” com a população. 

“Nesse momento, tirar os ônibus do horário de pico, que eles prometeram que não fariam, eu acho que é uma maldade. E a Prefeitura não vai ficar alheia a isso. A Prefeitura vai penalizá-las na forma do contrato, sem dúvida nenhuma”, afirmou.  

A redução de viagens fora dos horários de pico é tomada no momento em que um Projeto de Lei (PL) enviado pela prefeitura à Câmara Municipal propõe um subsídio para suprir os prejuízos das empresas com as gratuidades previstas em lei.





O projeto segue parado no Legislativo Municipal, que chegou a pedir a suspensão do andamento da proposta da prefeitura na casa. O PL é a principal estratégia da administração do município para evitar colocar em prática uma decisão judicial que aumenta o preço da tarifa em 30% na capital.
 
Além disso, a greve no Metrô de Belo Horizonte já dura mais de um mês e não tem previsão de encerrramento. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), sem o serviço durante o horário de pico, cerca de 70 mil passageiros são prejudicados diariamente.