Jornal Estado de Minas

EM DEFESA

Pai de criança morta em ritual: 'Não acredito em algo satânico'


pai da pequena Maria Fernanda Camargo, morta em um ritual religioso em Frutal no fim de março, defendeu mãe, avós maternos e tia da criança, que estão presos.





Cacildo Carrijo Camargos disse que não acredita que a filha morreu durante ritual com espíritos malignos, como foi suspeitado pelo delegado responsável pelo caso, Murilo Cézar Antonini Pereira. Camargos acredita que o crime não foi intencional.

"Minha sogra faz benzição, todos eles sempre acolheram bem meus filhos e adoravam minha filha. Não penso que foi coisa de maldade. Não acredito em algo satânico. Ninguém pensou em matar, nada disso foi proposital ou premeditado. São pessoas de bem. Minha esposa dava a vida pelos filhos", declarou Camargos, em entrevista à Rádio 97 FM, de Frutal.

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Por outro lado, o pai de Maria Fernanda afirmou que não gosta do guia espiritual de Umbanda que se envolveu no suposto crime - e que também está preso - e que não sabia da presença dele na casa da sogra. "Se soubesse, não teria permitido a presença da minha filha na ocasião (ritual)", assegurou.





O delegado Antonini disse que as investigações do crime seguem na linha de homicídio doloso eventual e que a vítima teria participado de um ritual de evocação e incorporação de espíritos malignos na companhia dos avós, da tia e da mãe, sendo que um líder espiritual teria jogado álcool com ervas no corpo da criança e, posteriormente ateado fogo, usando uma vela e queimando-a viva.

Bom relacionamento


O pai da pequena Maria Fernanda contou também que o seu relacionamento com a família da esposa, com quem é casado há 18 anos, era bom. "Eles amavam muito a Maria Fernanda e todos eram muito unidos. Por este motivo, não ocorreu nenhum ritual macabro, mas sim, algo que deu errado", ressaltou.

 Camargos destacou ainda que nunca presenciou nada de mau na casa da sogra. "Maria Fernanda gostava de participar dos trabalhos e sabia cantar os pontos de umbanda", disse.