A redução de viagens de ônibus fora do horário de pico em Belo Horizonte será investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais. O órgão informou, nesta sexta-feira (29), que o anúncio das empresas, que alegam incapacidade financeira para manter os horários, será alvo de procedimento.
Usuários do transporte público da capital sofreram para conseguir embarcar em coletivos nesta sexta-feira. A despeito das concessionárias terem anunciado a redução de viagens apenas fora dos horários de pico, passageiros relataram ausência de veículos desde às 6h.
Contudo, a medida, ao menos em tese, teve pouca duração. Em reunião com a Prefeitura de Belo Horizonte nesta tarde, as empresas de ônibus se comprometeram a retomar os horários normalizados das viagens.
A população da capital reclama da ausência de ônibus desde o início da pandemia, quando os horários foram reduzidos. Levantamento da BHTrans publicado pelo Estado de Minas mostrou que a queixa dos passageiros tem embasamento numérico: em março, com a situação da COVID já controlada na capital, a demanda de usuários ultrapassava a marca de 70% da procura média pré-coronavírus enquanto a oferta de coletivos nunca passou deste percentual.
Impacto no comércio
Lojistas também relataram a ausência de funcionários e consumidores por causa da redução dos horários de ônibus. As reclamações chegaram à Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que validou as críticas.
"Essa redução, agravada pela greve dos metrôviários, impacta direta e negativamente o comércio, especialmente às vésperas do Dia das Mães", afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
A entidade acionou a Prefeitura, o SetraBH e o Ministério Público de Minas Gerais para tentar encontrar outra alternativa a redução.