A Serra do Curral, em Belo Horizonte e Nova Lima, alvo da mineradora Taquaril Mineração S.A. (Tamisa), passou por um processo de destombamento na década de 60, justamente para beneficiar a atuação de mineradoras na região. A afirmação é da arquiteta e urbanista Cláudia Pires, conselheira do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/Seção Minas Gerais).
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Para a especialista, somente o tombamento integral da Serra pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) é a única solução para o problema. "Há uma manobra do governo estadual para permitir que a exploração mineral se estabeleça como atividade econômica principal no Estado sem qualquer preocupação e, inclusive, em áreas de conflito ambiental, como a Serra do Curral", declara.
O plano da Tamisa inclui a exploração da região da Fazenda Ana da Cruz, na divisa entre Nova Lima e a capital. O terreno está próximo ao Pico Belo Horizonte, ponto mais alto da serra. O processo tem duas etapas: na primeira, espera-se extrair 31 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 13 anos. Já a segunda fase consiste na lavra de 3 milhões de toneladas de itabirito friável rico, com dois anos de implantação e nove de operação.
Mesmo antes da aprovação da licença ambiental para mineração, concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), na madrugada do dia 30 de abril, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já havia apontado irregularidades no licenciamento. O órgão ajuizou duas ações civis públicas contra a Tamisa em datas anteriores à votação do Copam, datadas em 23 de março e 11 de abril. Por meio de nota, o MPMG informou que os promotores de Justiça estão analisando as próximas providências a serem adotadas no caso.