A ossada encontrada em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde da última segunda-feira (25) foi identificada como uma das vítimas do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, da mineradora Vale. A Polícia Civil concluiu a análise do material nesta terça-feira (3).
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Uberaba: quase um mês sem registrar mortes por COVID-19Serra do Curral: artistas assinam manifesto contra exploração minerária'Tumulto ambiental': Fiemg vê motivação política na Serra do CurralBrumadinho: três novos projetos de reparação do desastre são aprovadosA barragem de rejeitos de mineração do Córrego do Feijão, em Brumadinho, rompeu em 25 de janeiro de 2019.Desde então, as buscas seguem para a identificação de todos os desaparecidos em um dos maiores desastres da história do país.
O engenheiro Luis Felipe Alves trabalhava havia três meses no setor administrativo da Vale, quando foi vítima do rompimento. Natural de Jundiaí, ele era torcedor do Paulista e liderava a torcida organizada Raça Tricolor em ações sociais de arrecadação e distribuição de brinquedos e cestas básicas às vésperas do Natal.
A jornalista aposentada Sílvia Helena Ferraz Santos, mãe do engenheiro, disse que assumiu as ações sociais do filho, mas evita falar sobre a tragédia que o vitimou. “Inesperadamente, há quase três anos, o meu filho partiu. E no ano seguinte, o amigo de infância. Eu jamais poderia encerrar a missão idealizada e conduzida por eles” disse à Folha de S.Paulo no ano passado.
Vítimas desaparecidas
Com a identificação de Luís Felipe, cinco vítimas do rompimento da barragem ainda seguem desaparecidas. Saiba quem são:
- Cristiane Antunes Campos: mãe de dois filhos, Cris, como era conhecida por familiares e amigos, começou a trabalhar na Vale como motorista de caminhão e passou para o cargo de técnica em mineração. Ela era supervisora em Brumadinho quando perdeu a vida, aos 34 anos.
- Maria de Lurdes Bueno: conhecida como Malu, era corretora de imóveis e tinha 59 anos quando foi atingida pelo rompimento da barragem. Deixou dois filhos e um neto. Dois outros netos nasceram após a Tragédia de Brumadinho.
- Nathalia de Oliveira Porto Araújo: deixou marido e dois filhos. Morreu aos 25 anos e fazia um estágio de técnica em mineração.
- Olímpio Gomes Pinto: deixou esposa e três filhos. O ex-auxiliar de sondagem tinha 59 anos quando a barragem se rompeu.
- Tiago Tadeu Mendes da Silva: funcionário da Vale em Sarzedo, foi transferido para a mina de Córrego do Feijão 20 dias antes do rompimento da barragem. Ele era recém-formado à época da tragédia e deixou uma filha de 4 anos e um filho de 7 meses.