“Se em Minas não tem mar, nós vamos para o bar”, é uma das frases mais conhecidas na boemia belo-horizontina. Conhecida como a “cidade dos botecos”, a capital mineira abriga dezenas de bares tradicionais, que acompanham gerações e constroem a memória afetiva da população.
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“Será como antes, a essência do boteco continuará a mesma”, afirma Omar Ferreira Cunha, de 65 anos, conhecido também como Bigode. Proprietário do boteco, que leva seu nome, ele relembra emocionado os dias difíceis que enfrentaram após o incêndio. “Primeiro a pandemia, depois o incêndio. Nós nos mantivemos de pé graças a ajuda de muita gente boa”, desabafou.
No mesmo ponto há 37 anos, o incidente rapidamente mobilizou a comunidade que realizou uma vaquinha para ajudar a custear a reforma. “Em menos de 48 horas já tínhamos R$ 50 mil”, relatou Bigode. O valor foi usado para parte da reforma e para manter o salário dos seis funcionários que, segundo o proprietário, “nunca deixaram de receber”.
O restante necessário para a revitalização foi custeado pela construtora MRV e pelo próprio Bigode.
Recomeço
Embora com uma decoração um pouco diferente, as charmosas mesinhas na calçada devem voltar a compor a fachada do boteco. Para os saudosistas dos famosos tira-gostos, Bigode garante: “o cardápio seguirá o mesmo”. Para acompanhar a cerveja gelada, o carro-chefe da casa: rabada com batata ou feijoada.
A reinauguração, marcada para começar ao meio dia de sábado, contará com música ao vivo e barraquinhas de comida na rua. “É tudo muito gratificante, será um dia de muita alegria”, compartilhou, com ansiedade, o proprietário. O boteco funcionará de domingo a domingo - durante a semana, há também a opção de pratos feitos no almoço.
Durante o evento serão arrecadados alimentos não perecíveis. As doações serão destinadas ao grupo Amor nos Uniu, que entrega mensalmente refeições a pessoas em condição de rua e instituições de caridade em Belo Horizonte.