Os moradores de uma comunidade quilombola, próxima à Serra do Curral, temem que a vegetação e as nascentes utilizadas em seus rituais religiosos sejam afetadas pela mineração da Taquaril Mineração S.A (Tamisa). A comunidade questionou, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (6), não ter sido consultada sobre os impactos da exploração na região.
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"A Mata da Baleia, onde vai ocorrer a exploração, é usada em diversos rituais das religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. Além de ser um ponto de coleta de ervas, que só tem naquela região", conta Makota.
Sem a mata, diz ela, o quilombo deixa de existir. "Minas Gerais foi construída pelo trabalho do povo preto, arrancado de suas comunidades, e agora a história se repete. Esses impactos vão diretamente contra a nossa existência", declara a líder comunitária.
Ela questiona, ainda, o fato de a comunidade, fundada em 1970, não ter sido consultada no processo de licenciamento da mineradora. "Estão passando por cima de nós como se não existíssemos. Não se pode passar por cima de uma memória ancestral dessa forma. Essa é a nossa história, é o que ainda nos resta de memória", ressalta.